ATA DA SEPTUAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 1º-9-2008.

 


Ao primeiro dia do mês de setembro do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Maristela Meneghetti, Nereu D’Avila, Neuza Canabarro e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maria Luiza, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nilo Santos, Professor Garcia, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foi encaminhado, pelo Vereador Maurício Dziedricki, o Projeto de Lei do Legislativo nº 197/08 (Processo nº 4593/08). Também, foi apregoado o Ofício nº 718/08, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 041/08 (Processo nº 5290/08). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 650474, 650490, 651125 e 651205/08, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, por solicitação do Vereador Bernardino Vendruscolo, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Coronel da Brigada Militar Celso Souza Soares, falecido ontem. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou as presenças das Professoras Jussara Mesquita da Costa e Fernanda Rodrigues, que realizaram atividades de ginástica laboral com os Senhores Vereadores e funcionários, para assinalar o transcurso, hoje, do Dia do Profissional de Educação Física. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Jorge Luis Loss, Presidente do Sindicato dos Servidores da Câmara Municipal de Porto Alegre – SINDICÂMARA –, que defendeu a elaboração de novo plano de carreira para os servidores do Legislativo Municipal, considerando essa medida essencial para a valorização e qualificação dessa categoria, bem como para a melhoria dos serviços prestados por esta Casa à população. Também, discorreu acerca da Proposta de Emenda à Constituição nº 020/08, em tramitação no Senado Federal, apontando problemas financeiros que a aprovação dessa proposição acarretaria a Câmaras Municipais. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Dr. Raul debateu Projetos de Lei de sua autoria, que dispõem, respectivamente, sobre a criação do Centro de Planejamento Familiar em Porto Alegre e sobre o agendamento telefônico de consultas por idosos na rede pública de saúde. Ainda, propugnou pela ampliação no horário de atendimento médico das Unidades Básicas de Saúde, enfatizou a importância da Educação Física para evitar o sedentarismo e apoiou as causas defendidas pela Associação Gaúcha de Pacientes Esquizofrênicos. O Vereador Professor Garcia, em tempo cedido pelo Vereador Elias Vidal, registrou o transcurso, hoje, do Dia do Profissional de Educação Física, prestando esclarecimentos acerca das atividades dos Conselhos Federal e Estaduais de Educação Física. Ainda, relatando reclamação recebida por Sua Excelência, cobrou da Brigada Militar medidas que garantam que moradores do entorno do Estádio Olímpico Monumental tenham acesso a suas residências em dias de partidas de futebol nesse local. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maria Celeste criticou ações de vandalismo relativas à destruição de propaganda eleitoral de candidatos do PT, ocorridas na Vila Jardim na última sexta-feira, bem como ameaças a apoiadores desse Partido naquela região, feitas, segundo Sua Excelência, por pessoas ligadas às campanhas de Vereador desta Casa e do Prefeito José Fogaça, usando automóvel de órgão público. Nesse sentido, informou ter encaminhado o fato ao Tribunal Regional Eleitoral e solicitou providências da Mesa Diretora quanto ao ocorrido. O Vereador Dr. Goulart considerou graves as denúncias apresentadas pela Vereadora Maria Celeste, relativamente à destruição de propaganda eleitoral do PT, considerando desejável a divulgação do nome do Vereador responsável por esses atos, para que não pairem suspeitas sobre todos os Vereadores desta Casa. Ainda, declarou que o Prefeito José Fogaça, pelo comportamento ético adotado durante toda a sua vida pública, seria incapaz de ter aprovado qualquer fato dessa natureza. A Vereadora Maristela Maffei abordou dificuldades enfrentadas pelos candidatos às eleições municipais de outubro do corrente, em especial a falta de estrutura e recursos financeiros. Nesse sentido, reportou-se à manifestação da Vereadora Maria Celeste, em Comunicação de Líder, acerca de denúncia registrada por essa Vereadora junto ao Tribunal Regional Eleitoral, de uso da máquina pública por Parlamentar desta Casa em campanha pela reeleição à vereança. O Vereador Luiz Braz comentou denúncia apresentada pela Vereadora Maria Celeste, de uso de automóvel de órgão público por candidato à vereança nas eleições municipais deste ano. Ainda, afirmou que o Partido dos Trabalhadores utilizou a máquina pública em campanhas eleitorais quando na direção dos Governos Estadual e Municipal, enfatizando a importância de fiscalização nessa área, para que não ocorram favorecimentos indevidos e seja garantida uma eleição efetivamente livre e democrática. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 009/07, considerando-se mantido o Veto Total oposto, por vinte e oito votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser discutido pelos Vereadores Professor Garcia, Guilherme Barbosa, Sofia Cavedon, João Antonio Dib, José Ismael Heinen e Carlos Todeschini, tendo votado Não os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia e Sebastião Melo e optado pela Abstenção a Vereadora Sofia Cavedon. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, de alunos e professores da Escola Municipal de Ensino Fundamental Pepita de Leão, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto de Educação Política, desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 219/06, em sua parte vetada, considerando-se mantido o Veto Parcial oposto, por quatro votos SIM, vinte e dois votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser discutido pelas Vereadoras Margarete Moraes e Sofia Cavedon, tendo votado Sim os Vereadores Maria Luiza, Mauro Zacher, Nereu D'Avila e Neuza Canabarro, Não os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Dr. Goulart, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Carlos Todeschini e João Antonio Dib. Na ocasião, o Vereador Carlos Todeschini registrou sua intenção de alterar seu voto de Abstenção para Não na apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 219/06. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 026/07, considerando-se mantido o Veto Total oposto, por dezesseis votos SIM, nove votos NÃO e três ABSTENÇÕES, após ser discutido pelos Vereadores Maria Luiza, Guilherme Barbosa, Professor Garcia, Sofia Cavedon, Margarete Moraes e Carlos Comassetto, tendo votado Sim os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, José Ismael Heinen, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki e Nilo Santos, Não os Vereadores Beto Moesch, Elias Vidal, Ervino Besson, João Carlos Nedel, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Professor Garcia, Sebastião Melo e Valdir Caetano e tendo optado pela Abstenção os Vereadores João Antonio Dib e Luiz Braz e a Vereadora Sofia Cavedon. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 060/08. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 071/08, por vinte e um votos SIM e oito votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Aldacir Oliboni e Luiz Braz, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Comassetto, Dr. Goulart, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, José Ismael Heinen, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nereu D’Avila, Nilo Santos, Professor Garcia e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Claudio Sebenelo, Elias Vidal, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel e Luiz Braz e a Vereadora Maristela Meneghetti. Na oportunidade, o Senhor Presidente informou que a Senhora Giovana Rigo, Diretora da Escola do Legislativo Julieta Battistioli, procederia à distribuição, aos Senhores Vereadores, de material de divulgação do Projeto Conhecendo a Câmara, a ocorrer do dia quatro de setembro ao dia nove de outubro do corrente, e do Concerto da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, programado para o dia dezenove deste mês, às dez horas, neste Plenário, em comemoração ao transcurso do primeiro aniversário da referida Escola. A seguir, a Vereadora Maria Celeste procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de documento relativo a denúncias efetuadas por essa Vereadora, em Comunicação de Líder, acerca do uso de automóvel de órgão público municipal em campanha de candidato à vereança nas eleições municipais de outubro do corrente. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 029/08, por vinte e sete votos SIM, após ser discutido pelo Vereador José Ismael Heinen e encaminhado à votação pelos Vereadores Guilherme Barbosa e João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pela Vereadora Sofia Cavedon, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nereu D’Avila, Nilo Santos e Sofia Cavedon. Em Votação, foi rejeitado Recurso apresentado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, contra decisão proferida pelo Presidente da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, de negar provimento a Pedido de Diligência relativo ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/08, por dez votos SIM e dezenove votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Antonio Dib, Margarete Moraes, Guilherme Barbosa, Luiz Braz, Sofia Cavedon, Alceu Brasinha, Maria Celeste, Nereu D’Avila, Dr. Goulart, Elias Vidal, Haroldo de Souza, José Ismael Heinen e Valdir Caetano, em votação nominal solicitada pelo Vereador Nereu D’Avila, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Guilherme Barbosa, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Professor Garcia e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maria Luiza, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Mauro Zacher, Nereu D’Avila, Nilo Santos e Valdir Caetano. Na oportunidade, o Vereador Beto Moesch formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de expressão constante do pronunciamento do Vereador Guilherme Barbosa, no encaminhamento à votação do Recurso anteriormente rejeitado. Também, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Jornalista Armando Burd. A seguir, os Vereadores Sofia Cavedon, Professor Garcia, Maria Celeste e João Carlos Nedel manifestaram-se acerca dos pronunciamentos efetuados pelos Senhores Vereadores no encaminhamento à votação do Recurso anteriormente rejeitado. Ainda, o Vereador Haroldo de Souza manifestou-se quanto ao documento entregue na presente Sessão pela Vereadora Maria Celeste ao Senhor Presidente, referente a denúncias de uso de automóvel de órgão público municipal em campanha de candidato à vereança nas eleições municipais de outubro do corrente. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Bernardino Vendruscolo, solicitando renovação da votação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 003/08 (Processo nº 1947/08). Após, por solicitação do Vereador Dr. Goulart, foi realizada verificação de quórum, constatando-se a existência do mesmo. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 026/08. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 095/08, por vinte e cinco votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Nereu D’Avila, Nilo Santos, Professor Garcia e Sebastião Melo. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 088/08, por vinte e quatro votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Nereu D’Avila, Nilo Santos, Professor Garcia e Sebastião Melo. Em prosseguimento, o Senhor Presidente procedeu à leitura de documento de autoria da Vereadora Maria Celeste, solicitando medidas e encaminhando Boletim de Ocorrência e fotografias referentes a denúncias apresentadas hoje por Sua Excelência, em Comunicação de Líder, de uso de automóvel de órgão público municipal em campanha política relativa às eleições municipais de outubro do corrente. Na oportunidade, o Senhor Presidente determinou à Diretoria Legislativa que procedesse à autuação desse Requerimento, para manifestação da Procuradoria deste Legislativo, e informou que a documentação encaminhada pela Vereadora Maria Celeste estaria disponível para consulta de todos Vereadores interessados. Às dezoito horas e vinte e quatro minutos, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Sebastião Melo e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO (Requerimento): Presidente, solicito um minuto de silêncio em respeito à memória do nosso cidadão porto-alegrense, rio-grandense e, acima de tudo, brasileiro, Coronel Celso Souza Soares, por sua morte trágica, ontem à noite, durante um assalto.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Está prontamente deferido seu pedido, Vereador. Inclusive este Presidente já esteve lá. O Coronel tinha uma relação muito qualificada com esta Casa e com a nossa Cidade. Muita dor estamos passando hoje.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

(Procede-se à leitura das proposições encaminhadas à Mesa.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, quero cumprimentar a Professora Jussara Mesquita da Costa e a Professora Fernanda Rodrigues, nossas parceiras, porque hoje, dia 1º de setembro, é o Dia do Profissional de Educação Física. Em comemoração a este dia, o Conselho Regional de Educação Física do Rio Grande do Sul realiza diversas atividades pelo Estado, e é o terceiro ano em que é realizada a ginástica laboral na Câmara, com os profissionais de Educação Física, devidamente habilitados, com o intuito de fortalecer a importância de a população praticar atividade física orientada.

Convido as Sras Professoras para iniciar as atividades com os Srs. Vereadores. Agradeço mais uma vez a presença de vocês, e transmito um abraço muito fraterno a toda a categoria.

 

A SRA. JUSSARA MESQUITA DA COSTA: Boa-tarde a todos. Eu gostaria que todos, como o nosso Presidente já falou, participem conosco desta atividade que é com muito prazer, com muita satisfação mesmo, que o Conselho hoje, na minha pessoa, está sendo representado aqui na frente. Serão atividades bem tranqüilas, para descontrair; não vão suar, fiquem tranqüilos. Quero dizer que eu dediquei uma boa parte do final de semana pensando no que eu poderia fazer com essas pessoas tão queridas que estão aqui nos representando. Espero que gostem. Vamos lá.

 

(Procede-se à apresentação da ginástica laboral.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito obrigado, professoras Jussara e Fernanda.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Jorge Luis Loss, representando o Sindicato dos Servidores da Câmara de Porto Alegre, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assuntos relativos ao Plano de Carreira dos Funcionários da Câmara Municipal e da PEC 020/08.

 

O SR. JORGE LUIS LOSS: Boa-tarde a todos; Sr. Presidente, Srs. Vereadores, convidados e demais presentes. O Sindicato dos Servidores da Câmara Municipal de Porto Alegre ocupa este espaço democrático para marcar a sua participação nas comemorações dos 235 anos de aniversário da Câmara Municipal de Porto Alegre. São quase dois séculos e meio de atividades.

Vamos abordar hoje assuntos de interesse dos servidores da Casa: o Plano de Cargos e Carreira, e falar alguma coisa sobre a PEC 20/08, que é a chamada PEC dos Vereadores - assunto que também interessa aos Vereadores desta Casa.

Esta Casa é, sem dúvida, o instrumento que os cidadãos têm nas mãos para colocar seus representantes eleitos, que são os Srs. Vereadores.

O contribuinte espera retorno, o resultado da sua escolha pelo voto, tanto para o Executivo quanto para o Legislativo. São melhorias e atendimentos de suas necessidades básicas, o produto final, enfim, o resultado do trabalho da Câmara. Para isso é preciso muito trabalho para a modernização da máquina, tanto em equipamentos quanto em recursos humanos. Falar em modernização significa ter um quadro de servidores que atenda às exigências da modernidade.

O Plano de Carreira é o instrumento que organiza a estrutura funcional conforme suas necessidades, dotando o Legislativo de profissionais capacitados e preparados para os avanços e os desafios tecnológicos.

O Plano de Carreira dos servidores desta Casa está com 22 anos, é de 1986, isto é, de antes da Constituição de 1988. Não está de acordo com as exigências da sociedade moderna. Já sofreu diversas modificações pontuais sem alterar a sua essência. Já ocorreram muitas tentativas de apresentar um novo Plano, mas motivos políticos, financeiros, orçamentários impediram que os mesmos fossem implantados. Faltou consenso, de todos nós, inclusive dos próprios servidores.

Queremos que as pessoas que chegam a esta Casa sejam bem recebidas, e tenham atendidas as suas expectativas. Nós precisamos profissionalizar a Câmara, treinando os seus servidores, capacitando-os de maneira a atender as necessidades, oferecendo bons serviços à população. Uma boa iniciativa foi a criação da Escola do Legislativo e a adesão da Câmara ao PGQP, que estão oferecendo oportunidades de qualificação aos servidores desta Casa. Mas sentimos que faltam ainda outras iniciativas para trazer ainda mais motivação, segurança, como um Plano de Carreira mais eficiente, uma nova estrutura organizacional, corrigir distorções, desvio de função, entre outras coisas.

Hoje há um sentimento de total insegurança para os servidores que desejam requerer sua aposentadoria devido aos problemas da legislação previdenciária que rege o nosso Previmpa. Muitas dúvidas surgem no momento da aposentadoria na formação da base de cálculo.

Está tramitando hoje, nesta Casa, o Projeto de Lei do Executivo que faz adequações e altera a Lei nº 478 do Previmpa. Vários funcionários da Casa estão aguardando pela votação desse Projeto para requererem a sua aposentadoria com segurança.

Ainda cabe falar a respeito da PEC nº 20/08. Nós falaríamos que a Câmara de Vereadores é a mãe da política; é por ela que passa a grande maioria das pessoas que entram e dão seus primeiros passos, adquirem suas primeiras experiências, e dela muitos nasceram e se formaram. Alguns estão na Assembléia; outros, na Câmara Federal, e, em alguns casos, até no Executivo, nas três esferas de Governo: Prefeitos, Secretários, Governadores, Senadores, e por aí afora.

Está tramitando, no Senado Federal, a Proposta Constitucional nº 20/08, a chamada “PEC dos Vereadores”. Ela tinha o nome, na Câmara dos Deputados, de PEC nº 333/04. Essa Emenda à Constituição passou sem que houvesse um mínimo de discussão para ser aprovada - pelo menos com as bases -, mas foi em tempo recorde, como nunca antes visto. Não foi obedecido nem o Regimento daquela Casa. Foi votada em dois turnos, em menos de 24 horas, e à noite, aprovada pela grande maioria dos Deputados Federais - quase todos; os gaúchos votaram todos.

Os Deputados Federais sabem das dificuldades por que passam os Legislativos Municipais para atender aos limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal - ou, de repente, até nem sabem, mas muitos já foram Vereadores. Por que retirar 67% do repasse do duodécimo do Orçamento das Câmaras? Realmente, não conseguimos entender, mas o fato é que está lá no Senado. E agora? O que fazer? Logo estará no plenário, e será que os Senadores vão ouvir os Presidentes de Câmaras e os Vereadores antes de votá-la?

Caso ocorra a aprovação dessa proposta, estarão inviabilizadas muitas Câmaras Municipais deste País, e a nossa não vai pagar nem a folha dos servidores efetivos. Como vai ficar o custeio do Legislativo sem os recursos, a logística necessária para cumprir a sua função? Não poderão ser pagos os serviços terceirizados de limpeza, a PROCEMPA, a TVCâmara, as operadoras de telefonia; haverá uma conseqüência de demissão em massa. Como ficará a estrutura de gabinete dos Vereadores? A Câmara vai perder o contato com a Cidade. Sabemos da mobilização feita pelo nosso Presidente, o Ver. Sebastião Melo, que foi para Brasília, para tentar que não fosse aprovada pelo Senado, expondo as enormes dificuldades que isso geraria. Mas, mesmo assim, estamos preocupados, pois a PEC está tramitando e deve ir ao plenário logo após as eleições municipais.

Ocorreu, no mês de junho, nos dias 17, 18 e 19, um encontro técnico de servidores de Câmaras Municipais em Brasília, promovido pela Abrascam, com a finalidade de discutir e de elaborar uma proposta alternativa, que foi entregue ao Senador Jarbas Vasconcelos, Relator da matéria, cuja cópia estaremos entregando à Presidência e à Mesa Diretora desta Casa no dia de hoje.

Sabemos que isso vai atingir principalmente os servidores de Câmaras Municipais, e estaremos atentos na tramitação da matéria.

Deixamos a nossa manifestação de carinho e apreço aos Vereadores componentes desta Legislatura, aos funcionários e ao povo desta Cidade.

Encerramos aqui a nossa manifestação, desejando um feliz aniversário aos Srs. Vereadores, aos funcionários e ao povo desta Cidade, porque, na verdade, quem faz a Câmara são as pessoas. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convido o querido amigo, funcionário da nossa Câmara, Presidente do Sindicâmara, Sr. Jorge Loss, para sentar à Mesa aqui conosco.

Coloco a palavra à disposição das Bancadas para se manifestarem sobre o tema. (Pausa.)

Agradeço, portanto, a manifestação do Presidente do Sindicâmara, que, com certeza, tem colaborado enormemente conosco na gestão da Casa. Loss, quero aqui agradecer, de público, pela parceria que temos feito, diariamente, em favor de um Legislativo mais qualificado. Podes ter certeza de que o tema que trouxeste é de extrema importância não só para este Legislativo, mas para todos os Legislativos Municipais. Quando estive em Brasília, eu ainda disse: “Olha, o Brasil precisa de muitas reformas, mas, para fazer reformas nos Legislativos, primeiro temos que começar pelo Congresso Nacional”. Não é possível cortar sem critério. Esta é uma Câmara muito enxuta, portanto, não temos como cortar. E, na medida em que você diminui o serviço da Câmara, quem perde com isso é a comunidade, e as pessoas não moram na União, não moram nos Estados, moram nos Municípios.

Então, muito obrigado pela sua manifestação; e agradeço pelo documento, obrigado.

Srs. Vereadores, eu quero apenas lembrá-los de que, conforme reunião de Mesa e Lideranças, nós temos uma pauta longa de Ordem do Dia em que pretendemos entrar logo após o Grande Expediente. Então eu peço a atenção dos Srs. Vereadores que se comuniquem com os seus liderados para que possamos entrar, logo em seguida, na Ordem do Dia.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, todos que nos assistem aqui e pelo Canal 16, gostaria de abordar alguns assuntos muito relevantes, em especial da minha própria carreira médica, vamos dizer assim, que sempre fez com que eu tivesse uma preocupação muito grande em função do tipo de atendimento que presto nas comunidades mais pobres. E continuo atendendo na região do Partenon, no Murialdo, todos vocês conhecem os problemas que estamos tentando enfrentar lá com a municipalização, enfim.

E quero dizer que a minha preocupação sempre foi voltada para a grande questão que é a do Planejamento Familiar, em especial na nossa cidade de Porto Alegre. E, quando consegui estar aqui, o meu primeiro projeto foi nessa linha de criar um Centro de Planejamento Familiar para a cidade Porto Alegre, com o objetivo básico de fazer com que as pessoas pudessem, principalmente os menos favorecidos, ter acesso a todas as áreas do Planejamento Familiar, ou seja, desde a orientação, a educação, a participação da família nesse processo.

O Poder Público deve proporcionar a todos nós, cidadãos e cidadãs, uma possibilidade de que consigamos ter também a família que nós todos desejamos. Então, não se admite que nós tenhamos dificuldades de conseguir contraceptivos, que uma mulher não possa colocar um DIU, ou fazer uma colocação de um adesivo anticoncepcional, ou mesmo daquelas que estão usando implantes. Então, nós precisamos, efetivamente, que o Poder Público propicie a toda comunidade ações mais fortes nesse sentido, porque não é possível que pessoas de classe média, de classe alta, hoje, optem por terem dois filhos, um filho muitas vezes, enquanto nas áreas mais carentes, muitas vezes, não por opção, mas, sim, por dificuldade de gestão do Governo para fazer chegar até às comunidades as questões básicas nessa área, aconteça que a gente não consiga que essas pessoas não tenham menos que quatro, cinco filhos. Nós precisamos realmente ter os filhos que queiramos, que possamos educar, que possamos fazer com que encontrem trabalho, encontrem uma vida digna. E isso faz com que a comunidade sofra, cada vez mais, no sentido da violência, no sentido da falta de educação. Se a gente não abordar imediatamente essa questão, nós vamos acabar, cada vez mais, cercados, com mais drogadição, com mais crianças que não freqüentam a escola, enfim. Hoje, quem trabalha nas nossas vilas populares, como eu trabalho, quem bate hoje na casa de uma pessoa à tarde, em um dia de semana, muitas vezes o que nós vemos é uma criança cuidando de outras crianças e dizendo: “A mãe não está”. A mãe foi fazer uma faxina, ou é auxiliar de limpeza, ou está tentando buscar um recurso para conseguir a sua subsistência, enquanto o pai, muitas vezes, nem se encontra ou nem existe. A mãe sempre é a cuidadora, ela sempre fica com os filhos próximos a ela; o pai, muitas vezes, está fazendo um filho aqui, outro ali, e não tomando conta da família. Então, é muito importante que na nossa sociedade nós realmente abordemos essa matéria e tenhamos ações propositivas, para que a gente possa, em médio e até em curto prazo, fazer com que a nossa sociedade consiga evoluir de uma maneira com mais seriedade, com mais força na parte da educação, na parte da segurança, na parte da habitação e do emprego. Isso tudo sem um planejamento familiar efetivo é um sofrimento muito grande que nós vamos ter que enfrentar, para que possamos realmente levar uma qualidade de vida melhor para todos.

Um outro assunto que também sempre abordei, que acho de extrema relevância, é a saúde dos nossos idosos. Não se admite que pessoas que dependam do Sistema Público de Saúde, pessoas que sofrem, que têm mais de 60 anos, vamos dizer assim - nós temos pessoas com mais de 60 anos que estão muito bem, obrigado, praticando a sua atividade física, enfim -, mas nós sabemos que as doenças e as lesões crônico-degenerativas vêm com o tempo, com a idade, e, muitas vezes, também, nós precisamos facilitar a vida dos nossos idosos, em especial dos pacientes. E como fazer isso? Eu tenho um Projeto que tramita nesta Casa, no sentido de facilitar, de dar um conforto para os idosos, para que nos nossos postos de saúde eles tenham a possibilidade - na rede básica - de agendar as suas consultas por telefone. Isso é bastante simples, uma vez que já existe em Porto Alegre a Central de Marcação de Consultas, e através dessa Central de Marcação é feito o encaminhamento, hoje, dos postos de saúde para os especialistas, para os hospitais. E todo mundo hoje tem telefone, tanto na vila, como na classe alta, o telefone ficou de domínio de toda a população e dos próprios postos de saúde.

Então, nós queremos facilitar a vida e dar o conforto básico aos nossos idosos para que eles não tenham que se deslocar, muitas vezes, em manhãs frias, de madrugada, ou mesmo fazer com que as pessoas fiquem de plantão num posto de saúde, comprando, muitas vezes, uma ficha de alguém ali, para que o idoso possa ser atendido.

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada, Dr. Raul, para o senhor respirar um pouquinho, e porque o seu tema é um tema que hoje de manhã me ocupou a manhã inteira. Uma das unidades de saúde nossa, a Unidade Ramos... hoje era o dia dos idosos, eles só têm um dia no mês para buscar a ficha! Um dia no mês para marcar uma consulta, e era hoje. É o último dia, ou o primeiro dia, e a Unidade de Saúde é, de fato, uma unidade muito deficitária, ali na Nova Santa Rosa; os idosos ficam algumas horas para conseguir uma ficha para que daqui a um mês, talvez, seja marcada uma consulta com o clínico.

A situação da unidade de saúde é: clínico geral, duas vezes, ou três, por semana, no máximo; pediatra, duas vezes ou três, no máximo. É isso. As atendentes já foram agredidas; não há remédios de uso continuado. A situação que eles tinham antigamente de ginecologistas e odontologistas não existe. É uma situação muito grave.

Eu louvo a sua preocupação, tenho acompanhado o seu mandato, a sua atuação na Comissão de Saúde, mas quero dizer que nós não podemos mais conviver com situações como essas. As pessoas, ali, não conseguem nem o encaminhamento para consultas, nem o encaminhamento para uma fisioterapia, nem encaminhamento para uma consulta corriqueira. Para fazer, por exemplo, a verificação de pressão, as pessoas têm um dia na semana para poder verificar, com situações graves...

Eu acho lamentável o abandono, como as pessoas estão sendo tratadas na questão da saúde. Para ajudar a pintar o quadro, e acho que as suas iniciativas são importantes. Nós vamos ter que dar uma grande virada na forma de equipar, e no sistema da cidade de Porto Alegre. Obrigada pelo aparte.

 

O SR. DR. RAUL: Eu que agradeço, Verª Sofia. Realmente, as nossas preocupações na área da Saúde pública são suprapartidárias, ou seja, são voltadas realmente para um benefício real da comunidade. Eu acredito que precisamos nos unir nessa matéria e chegar nas situações comuns para que possamos focar todos no mesmo sentido. Acredito, sim, com a minha vivência de muitos anos na área da Saúde Pública, que ações básicas são importantes. Por exemplo: que tenhamos, em Porto Alegre, pelo menos três unidades de pronto atendimento 24h para fazer com que esses postos de saúde que muitas vezes estão fechados às 5h da tarde, hoje, obrigam a quê? Obrigam a comunidade a se deslocar por pequenos problemas para as emergências hospitalares, muitas vezes sobrecarregando essas emergências e dificultando um atendimento adequado.

Uma outra questão muito importante que acreditamos que deva acontecer é que as Unidades Básicas de Saúde funcionem efetivamente até às 8h da noite. Por que sugiro até às 8h da noite? Porque às 10h é um pouco complicado de fazer o sistema funcionar. Mas, às 6, 7h as pessoas estão chegando em casa; agendar consultas a partir das 6h, 7h, 7 e meia, 8h da noite, facilitaria muito o sistema e daria um alívio para as emergências hospitalares. Nós precisamos também fazer uma avaliação completa sobre os encaminhamentos para especialistas, porque temos muitos especialistas que se aposentaram e não foram repostos pelo serviço público. Então, precisamos, efetivamente, fazer contratação de especialistas. Por quê? Porque hoje quem usa o SUS, e a grande maioria da população usa o SUS, na realidade todos nós o usamos porque, mesmo quem tem plano de saúde, quando realmente a coisa aperta, muitos planos de saúde não cobrem, não pagam, e quem acaba tendo que pagar é o sistema público, é o SUS.

Então, temos realmente que enfrentar essa matéria com muita seriedade e fazer com que as coisas aconteçam de uma maneira muito melhor do que vêm acontecendo em nível de Porto Alegre, de Estado e de Brasil. Por quê? Nós sabemos que os recursos federais, que o dinheiro realmente mais forte neste País está em Brasília, está nos recursos federais, e ele não tem sido direcionado efetivamente para a área da Saúde. Todos nós conhecemos a história da CPMF, todos nós sabemos do contingenciamento que já foi feito, inclusive no ano passado, de recursos da Saúde. Então, precisamos priorizar, ter uma gestão qualificada em todos os níveis e fazer com que o dinheiro seja suficiente para que possamos avançar na área da Saúde.

Hoje, eu tive a satisfação, pela manhã, de estar num café da manhã em que foi comemorado pela Brigada Militar, pelas Entidades da Educação Física, o Dia do Profissional de Educação Física, dia 1º de setembro. Eu gostaria de me associar, aqui, como a gente já tem trabalhado junto com o Ver. Dr. Goulart, com o Ver. Professor Garcia, enfim, e todos nós sabemos da necessidade, na nossa saúde, da Educação Física. Hoje, tivemos um exemplo: eu estou suando, nesta tribuna, não é só porque aqui estou, mas porque há poucos minutos nós estávamos fazendo educação física no próprio Plenário como uma maneira de levar à comunidade a necessidade da prevenção, com a educação física, pois nós sabemos que, inclusive em nível de Unidades de Saúde e gerências distritais, é importante que nós tenhamos profissionais da área de Educação Física. Isso vai fazer com que a nossa sociedade, principalmente as pessoas que já passam dos 40, 50 anos, possa movimentar-se, possa ter uma orientação adequada, e nós somos parceiros sempre, até porque a Educação Física faz muito bem para o nosso físico e faz também muito bem para a nossa mente com a liberação de hormônios, de endorfinas. Quem pratica educação física sabe que há mais prazer em viver, há uma vontade diferente de viver, em relação àquelas pessoas que ficam sedentárias, o que não é o objetivo de ninguém. Nós precisamos, efetivamente, fazer com que as questões do corpo e da alma estejam unidas, e a educação física faz isso de uma maneira muito abrangente.

Também gostaria de falar da necessidade...

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Dr. Raul, eu vou fazer uma observação, há algum contraponto com o Ver. Garcia e com a comemoração do dia 1º, para que a gente, aqui, possa garantir a pluralidade das idéias. Nós temos um movimento nacional contra a regulamentação da Educação Física que questiona o sistema CREF e Confef. A criação desse sistema foi exatamente no dia 1º de setembro. E questiona, porque tem sido, na maioria das associações, um sistema mais fiscalizador do próprio profissional, cobrando uma anualidade bastante alta para o profissional de Educação Física - mais de 200 reais - e fechando espaço de trabalho para muitos profissionais já habilitados para exercer a sua profissão, quando formados em nível superior. Então, esse é um sistema sobre o qual se deveria repensar, no sentido, de fato, de trabalhar as condições de trabalho: o salário, a garantia de boas condições de trabalho, não a exploração do profissional. Então, faço, aqui, um contraponto neste dia, este dia tem de ser um dia de luta, só, e não de comemorações. Muito obrigada.

 

O SR. DR. RAUL: Agradeço o seu aparte, Vereadora, e sou sabedor também disso que realmente ocorre; hoje ainda foi comentado, e acreditamos que isso vai acontecer através de uma grande união dos profissionais, porque nós precisamos, na realidade, é de união. Para finalizar, eu gostaria de deixar aqui uma mensagem de apoio à Associação Gaúcha de Pacientes Esquizofrênicos. Por quê? Porque é muito importante que ela seja tida como de utilidade pública, e nós vamos votar este Projeto aqui nesta Casa, porque os pacientes esquizofrênicos, a nossa saúde mental, merece uma atenção toda especial, e só através da decretação da utilidade pública é que essa entidade que tanto faz pelos esquizofrênicos, pelas pessoas doentes mentais do nosso Estado, vai poder fazer com que, cada vez mais, a gente consiga evoluir nessa área, através do Centro de Atenção Psicossocial, através de mais leitos hospitalares. Inclusive o Governo do Estado está contratando 500 novos leitos para dependentes de crack - que é um câncer na nossa sociedade, agora -, e vamos realmente evoluir nessa matéria, para que, juntos, possamos levar uma vida melhor e termos uma qualidade de vida melhor para todos. Saúde para todos.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Professor Garcia está com a palavra em Grande Expediente, por cedência do seu tempo ao Ver. Elias Vidal.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, utilizo esta tribuna, hoje, com muita alegria e orgulho, saudando os meus colegas profissionais de Educação Física, e ouvi atentamente a fala da Verª Sofia Cavedon. Acho que ela está na contramão da história, porque eu acho que ela não sabe qual é a função de um Conselho. O Conselho não tem função de lutar por salários; a função de um Conselho é zelar pelo exercício da profissão; questões de salários são tratados pelos sindicatos. Mas respeito suas posições. Mas, ao mesmo tempo, quero dizer que, nos últimos anos, e desde a criação da nova Constituição de 1988, apenas dois Conselhos foram registrados: Conselho Federal de Educação Física, em 1998, e há dois anos foi regulamentada a profissão de enólogo. Poderiam me perguntar: mas e outras profissões? Hoje entendemos que existem profissões que têm uma intervenção, que a atuação daquele profissional pode ser lesiva a quem está-se submetendo àquela ação e ela pode gerar um impacto em termos de saúde e até um óbito. Então, em cima disso, é que foi regulamentada a profissão de Educação Física em 1998. De lá para cá, foram 10 anos de muita luta, de muito sacrifício, e hoje mais de 200 mil profissionais em todo o Brasil estão registrados. O Conselho tem hoje 14 unidades regionais distribuídas em todo o território nacional, com algumas seccionais.

Ao longo de todo esse tempo, nós vimos que a atividade física, a Educação Física cresceu, e muito. Hoje, a área da Educação Física, do desporto, do fitness, do lazer, do entretenimento ligado ao esporte é responsável por quase 3% do PIB nacional. Então, é um volume financeiro muito grande. O maior crescimento hoje é na área da indústria, em dois segmentos: primeiro, a indústria náutica desportiva cresceu muito em nosso País - e já era hora, porque o Brasil é um país de dimensão continental, com mar em toda a sua costa -, então, nos últimos anos, houve um crescimento enorme da indústria náutica; a outra é a confecção de equipamentos para academia, e principalmente a indústria têxtil, referente à área de fitness, do vestuário. A moda desportiva ingressou em todas as situações, e hoje está aplicada desde a criança até o idoso. Inclusive já se usa sapato-tênis. Esse foi o outro significado.

Queremos ressaltar também que, há alguns anos, a Educação Física tinha praticamente vertente ligada à área escolar e área desportiva. Houve um crescimento na área de academias, um crescimento que influenciou, inclusive, a questão habitacional, da arquitetura, porque hoje grande parte dos novos condomínios possui sala de ginástica, quadras desportivas. E isso fez com que aumentasse esse mercado de trabalho promissor. Ao mesmo tempo, com a proliferação das faculdades, a Educação Física também teve um boom, a exemplo de outros cursos. Hoje, no nosso País, são aproximadamente 700 faculdades de Educação Física, e neste momento mais de 150 mil acadêmicos cursam Educação Física.

Isso se deu a partir de 1999, através do então Ministro Paulo Renato, porque o Brasil estava mal ranqueado; abriu-se a torneira, e, com a autonomia universitária, cada universidade pôde criar o curso que quis. Hoje notamos que, a cada dia que passa, se cria um curso superior em nosso País, se criam universidades, mas, ao mesmo tempo, isso tem um pouco de uma situação que, entendemos, mexe com a população, porque cria uma expectativa de que a população tem que fazer curso superior, e o que estamos vendo, cada vez mais, é que qualquer cidadão que queira fazer um curso superior entra na faculdade, mas raramente vai sair, e não por questão de estudo, mas porque a população do nosso País não tem dinheiro para bancar um curso superior, via de regra. Esse é um assunto que também temos que levar em pauta, para fazer a cada dia que passa essa discussão. Este Vereador, hoje, graças a Deus, tem seus três filhos formados e sabe da dificuldade que é ter um filho numa escola de Ensino Médio, imaginem numa faculdade, mas os pais ficam reféns, porque se cria toda uma expectativa. O filho ou filha passam numa faculdade e aí começa seu pesadelo, porque não conseguem recursos para arcar com o altíssimo custo de uma faculdade.

Então, senhoras e senhores, venho aqui, de forma sucinta e singela, novamente, saudar a todos os profissionais de Educação Física, e hoje o sistema se organiza: no Rio Grande do Sul temos o Conselho Regional de Educação Física, temos a Associação dos Profissionais de Educação Física, uma Associação forte, temos o Fórum das Entidades ligado à Educação Física, e atualmente estou presidindo, aqui na Casa, a Frente Parlamentar de Educação Física. Quero dizer que, mais do que nunca, aquilo que estava voltado para o desporto, hoje a atividade física está muito mais voltada à questão da saúde, porque é constatado cientificamente que, à medida que a pessoa faz uma atividade física, ela tem um bem-estar melhor, ela vai produzir muito mais no seu trabalho, nas suas relações, e o que nós queremos cada vez mais - é um fator presente no nosso País, o da longevidade, ou seja, a população do nosso País vive mais - é que viva com tranqüilidade, sem lesões, porque, quando se perde a autonomia, fica difícil.

Então, o idoso deve e merece ter essa assistência, estar de bem com a vida e de bem consigo mesmo.

Quero agora, Sr. Presidente, fazer um outro relato que tem preocupado os moradores do entorno do Estádio do Grêmio. Eles estão muito preocupados com o que está acontecendo, porque, na véspera e no dia de jogo, no entorno do Estádio do Grêmio, os moradores não conseguem mais entrar em suas casas, estão sendo multados, brigas seguidas com a polícia. Este Vereador, na semana repassada, constatou o choque que está havendo entre moradores e parte de um segmento policial. Vou ler, aqui, o abaixo-assinado dos moradores: (Lê.) “Nós, moradores abaixo assinados, da Rua José de Alencar, próximo ao Grêmio Foot-ball Porto-Alegrense, vimos expor as dificuldades que estamos enfrentando nos dias de jogos com o bloqueio das duas quadras, que até entendemos, mas nossos direitos de cidadãos estão sendo afrontados desrespeitosamente.... Dizem que o acesso a moradores não é vetado, mas na prática não é assim que está funcionando. Abaixo, citamos os vários problemas que estão gravemente nos afetando nos dias de jogos: - somos obrigados a transitar na calçada que a Brigada Militar determina, fazendo com que sejamos obrigados a transitar no meio de torcedores e inclusive no meio da Geral, nos obrigando a correr um risco que sempre evitamos; - na passagem em alguns jogos querem que apresentemos até ingresso para ter acesso”. E aí os moradores se perguntam: como ter ingresso e acesso se nós não vamos aos jogos; nós somos moradores da Rua José de Alencar.

Então, venho, de público, pedir que a Direção do Grêmio e a Brigada Militar encontrem um termo comum para evitar esse confronto com os moradores, porque, a cada dia que passa, isso está se agravando cada vez mais. Também está acontecendo um problema quanto à questão das garagens, porque algumas pessoas, para completar sua renda mensal, disponibilizam suas garagens para estacionamento na hora do jogo. E o que acontece? Os vizinhos que pagam seus impostos, tem seus alvarás, não conseguem colocar seus carros, porque ficou, desculpem-me o termo, uma terra de ninguém. Então, queremos relatar essa questão, porque entendemos que é uma falta de respeito e de educação desse segmento.

Quero aqui também ler uma nota que saiu no jornal Zero Hora desse sábado, 30 de agosto, em relação à Associação dos Defensores Públicos do Estado. (Lê.) “Juizado Especial. A Associação dos Defensores do Estado do Rio Grande do Sul divulgou ontem nota lamentando o veto à entrada ao Olímpico de veículo com dois Defensores Públicos, quinta-feira à noite, no Gre-Nal da Copa Sul-Americana”. Olhem, senhores, dois Defensores Públicos foram vetados de entrar com seus veículos no dia do Gre-Nal, na Copa Sul-Americana. “A dupla iria trabalhar no Juizado Especial Criminal instalado no próprio estádio. Como os Defensores não puderam chegar ao local, o Juizado não funcionou no clássico”. Eu pergunto aos senhores e às senhoras: se a Associação dos Defensores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul presenciou in loco essa atitude, imaginem os senhores e as senhoras o que está ocorrendo com os moradores da Rua José de Alencar e suas transversais próximas ao Grêmio? Se falta bom senso com a Associação dos Defensores Públicos, imaginem com a população como um todo, que está ficando refém de onde mora! Entendemos que a Brigada Militar e a Direção do Grêmio têm todas as condições de sentar com os moradores para equacionar isso, até porque essa é uma situação nova que não ocorria de forma sistemática. Sempre houve um bom trânsito, um bom diálogo entre esses segmentos. E, de uma hora para outras, as pessoas estão sendo impedidas do seu direito de ir e vir como moradores! E o Ver. Professor Garcia, aqui, não tem nada de fantasioso, porque quando a própria Associação dos Defensores Públicos relata aquilo que os moradores estão colocando, aumenta a gravidade, e mostra que - desculpem o termo - não estão aí para ninguém. Só que os moradores, como cidadãos da nossa Cidade, eu respeito o seu direito de serem atendidos. E este Vereador vai fazer uso da tribuna tantas vezes quantas forem necessárias, para que a Direção do Grêmio e a Brigada Militar equacionem esse problema, porque, a cada dia de jogo no Olímpico, é esse caos que a população enfrenta, que pode parecer pouco para alguns, mas imagina que tu não consegues entrar em casa com o teu veículo; se tu estás transitando, querem saber onde está o ingresso e, realmente, nós estamos vivendo uma situação diferenciada e atípica. Como é um fato que começou a acontecer mais recentemente, tenham a certeza de que a Brigada Militar e o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense vão equacionar isso para facilitar a vida dos moradores que já moram ali há bastante tempo e convivem muito bem com essa questão do Grêmio. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, uso o tempo de Liderança do meu Partido, gentilmente cedido pela nossa Líder, Verª Margarete Moraes, para denunciar, Sr. Presidente, aqui nesta tribuna, o ataque que as candidaturas dos Vereadores e, também, da majoritária do Partido dos Trabalhadores, têm sofrido em algumas regiões da Cidade.

Para nossa surpresa, neste final de semana, na sexta-feira, na região Leste da Cidade, na Vila Jardim, precisamente na Rua Ernesto Pelanda, nós tivemos vários materiais da nossa candidatura e de outras candidaturas de Vereadores do PT daquela região brutalmente retiradas, rasgadas e, mais do que isso, as pessoas, moradoras da casa que haviam permitido a colocação dessas propagandas, foram ameaçadas por um certo indivíduo. Ver. Haroldo de Souza, para nossa surpresa, fomos atrás imediatamente; as pessoas anotaram a placa, Ver. Professor Garcia, que é Líder do Governo, e, para nossa surpresa, a pessoa estava dirigindo um carro a serviço do DMAE, um carro a serviço da Prefeitura Municipal de Porto Alegre! Mais surpresa ainda fiquei, quando verificamos, junto à denúncia da Brigada Militar que lá compareceu para a resolução daquele caso, quando, dentro daquele carro, foi encontrada propaganda eleitoral do atual Prefeito Fogaça. Vários adesivos dentro do carro com a placa do DMAE, a serviço do DMAE, Verª Sofia: adesivos, placas, propagandas do atual Prefeito da cidade de Porto Alegre, num carro à disposição do DMAE! E, ainda, além de ter propaganda da candidatura do Prefeito Fogaça, havia também propaganda de um Vereador, de uma candidatura à proporcional dos dois dentro daquele carro.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Haroldo de Souza)

 

A SRA. MARIA CELESTE: Reservo-me o direito de aqui não falar o nome do Vereador, que é colega desta Casa. Mas a candidatura do Prefeito tem que ser falada, sim, Ver. Haroldo de Souza. Por quê? Porque ele está usando a máquina pública da cidade de Porto Alegre quando usa um carro a serviço, com placa do DMAE, para estar, não apenas retirando as propagandas de Vereadores da oposição, mas também fazendo propaganda do atual Prefeito da cidade de Porto Alegre!

Nós já tomamos todas as providências cabíveis, mas faço aqui, Ver. Haroldo de Souza, esta denúncia, porque estou encaminhando o assunto à Mesa Diretora desta Casa para também tomar as providências relativas a esta questão. Nós vivemos num espaço democrático, e as pessoas não podem ser ameaçadas quando tomam posição pela cidade de Porto Alegre, especialmente as pessoas da periferia; os senhores e as senhoras que estão na periferia de Porto Alegre e que se colocam à disposição para divulgar o trabalho do candidato A, B ou C. Esse é o espaço de democracia que nós queremos defender aqui, e, ainda mais: que a Mesa Diretora desta Casa tome providências em relação a isso. Já encaminhamos oficialmente ao TRE para que tome as devidas providências legais, mas esta Casa também tem que se posicionar, porque não é correto usar a máquina pública como o atual Prefeito está fazendo, usando os carros que deveriam estar a serviço do DMAE para fazer propaganda eleitoral do seu trabalho, do seu Partido. Por isso, pedi o espaço de Liderança do meu Partido, para, publicamente, fazer esta denúncia e, também, encaminhar à Mesa Diretora um Pedido de Providências desta Casa em relação a essa situação extremamente séria que está acontecendo na cidade de Porto Alegre: o uso, o poder da máquina pública sendo utilizado para algumas candidaturas na cidade de Porto Alegre. Muito obrigada, Sr. Presidente.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. GOULART: Meu querido Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a denúncia que faz a nossa querida Vereadora e ex-Presidenta Maria Celeste é grave; é grave contra a democracia! Mas nós temos que fazer algumas reflexões. A primeira é que o certo seria que a Vereadora dissesse aqui o nome do Vereador. Por quê? Porque se, por acaso, a Vereadora não diz, ficamos nós todos, os da base do Governo, sob suspeita, e isso não é bom para nós que estamos fazendo a campanha com tanto sacrifício e usando os métodos desejáveis, legais e éticos. Então, seria importante que se soubesse. Eu até rogo que seja dito o nome do Vereador aqui para que não fique qualquer Vereador da Bancada do PTB, pelo menos, sob suspeita.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Alceu Brasinha.)

 

O SR. DR. GOULART: Não tem isso, não é? Então, nós precisávamos saber. Segundo: a Vereadora não explicou adequadamente se o carro era pertencente ao DMAE ou se era desses carros alugados e que ficam a serviço do DMAE.

 

(Aparte anti-regimental da Verª Maria Celeste.)

 

O SR. DR. GOULART: A Vereadora me diz que é um carro alugado, a serviço do DMAE. Então, nós temos que isentar a culpa do Prefeito, porque aí esse Vereador talvez estivesse conduzindo material do Prefeito Fogaça junto com o seu material. Logo, nós não podemos dizer que o Prefeito Fogaça é quem está fazendo esse tipo de coisa, e por isso nós precisamos saber o nome do Vereador. Eu duvido que o Prefeito Fogaça usaria esse artifício de tirar as propagandas de qualquer que fosse o candidato a Vereador, mesmo que do PT, mesmo que da Manuela, mesmo que de outro Partido. Acho que o nosso Prefeito, que tem dado demonstrações éticas durante toda a sua vida pública, seria incapaz de mandar fazer isso. Eu não acredito; defendo o Prefeito, que tem se comportado de maneira elegante em todas as situações. Agora, se tinha material de um Vereador junto, o Fogaça tem que ser absolvido, e o Vereador não! Portanto, nós precisamos saber aqui quem foi o Vereador. Eu imagino que toda a Bancada de situação gostaria que fosse declinado aqui o nome do Vereador.

A Verª Maria Celeste que vai passar o documento ao Presidente. Então, se a Verª Maria Celeste não quiser dizer, reservando-se o direito de não dizer, ela, ao mesmo tempo, nos deixa a todos em xeque. Tem que passar, então, para o Presidente, e algum dos dois terá de dizer, aqui, ao Plenário, quem foi o Vereador: ou o Presidente Melo, quando receber a denúncia, ou a Verª Maria Celeste, porque nós não podemos ficar sob essa suspeita. E o Vereador precisa ter a sua atenção chamada, ser punido e afastado do nosso meio, porque nós estamos trabalhando com seriedade, nós estamos trabalhando com dificuldade, nós estamos trabalhando sem dinheiro e não podemos ficar sob suspeita. O Prefeito Fogaça é um homem que não é capaz de fazer esse tipo de injúria, ele se comporta sempre, em todas as situações, como um grande cavalheiro. Pode haver problemas de diferenças de pensamento ideológico, pode ter pensamentos administrativos diferentes, isso tudo a gente imagina que pode. A denúncia da Verª Maria Celeste foi grave e precisa ser elucidada aqui dentro deste Plenário.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, este momento, em especial, quando estamos numa reta importante para a democracia, é natural, é da natureza humana que os acirramentos estejam contundentes. Porém, nas campanhas, é importante lembrar que o exemplo tem que vir de dentro de casa. Quando começamos a colocar material em cima de material dentro de casa, quando começamos a dar pontapé na própria canela, acho que é o primeiro exemplo que temos que dar à sociedade. Por quê? Porque isso não faz bem a ninguém! Quem vai fazer campanha sabe o quanto é difícil fazê-la, principalmente quando não se tem recursos. E, quando se perde alguma coisa, quando se vê algo no chão, nós juntamos, porque nós sabemos a forma como as coisas estão acontecendo e das dificuldades que todos nós temos, pelo menos a grande maioria. Agora, o exemplo tem que partir daqui, tem que partir internamente dos Partidos!

Fez bem a Verª Maria Celeste em vir aqui, mas tem que dizer para todos, porque nós não vamos aceitar retaliação de ninguém! E, quando se faz um registro no TRE, eu acho, minha companheira, que tem que ser dito aqui também, porque já está legitimado o que é preciso. Senão a Casa fica toda sob suspeição, e isso não faz bem. Então, de uma forma cordial, respeitosa, eu quero dizer isso: esta é a Casa do Povo e nós sabemos da responsabilidade que temos frente ao TRE.

Há poucos dias disseram que eu estava me excedendo na minha fala; eu analisei e vi que, de fato, me excedi. Pedi desculpas, só que eu também estou comprometendo a todos desta Casa, e nós podemos fazer com que a TVCâmara saia do ar a qualquer momento; o Presidente e cada Vereador aqui pode pagar por isso. Penso que o mais importante é dar uma olhada na alma para depois poder julgar e agir. Muita gente não começou ainda a fazer campanha; vai começar agora a colocar o seu material nas paredes, nos lugares, quando a coisa realmente acirrar. E não tem muito anjo não! Há muita coisa que, analisando bem, não está fácil! Então, que isso sirva para todos nós, para um momento de reflexão, para dialogarmos com os nossos Partidos, com as coordenações, para que não aconteça isso. Porque se o jogo é só ganhar, fica o exemplo; e às vezes o exemplo volta e cai no próprio pé. Sinceramente, cada um faz do seu tempo o que quiser, o que achar melhor, não sou professora - no sentido de estar ensinando -para vir aqui mostrar como deve fazer; eu acho que aqui é uma escola: tem horas que a gente faz, e tem horas que a gente recebe, e tem horas que nós todos temos que olhar para a alma e ver, de fato, em que momento as nossas próprias equipes estão pecando, estão penalizando um processo tão bonito e tão democrático.

Sr. Presidente, para finalizar, quero dizer que nós temos hoje votações e encaminhamentos importantíssimos nesta Casa, e vai ser muito bom, porque eu quero contribuir com esta Cidade, para que a Cidade possa ter um olhar aqui para a Câmara de Vereadores num processo posterior, e saber quem vai estar votando com Projetos importantes para esta Cidade, ou quem está fazendo de conta, neste momento, que vai votar ou que não vai votar, mas que depois deste momento vai realmente dizer como que vai apontar as realizações, os compromissos futuros da nossa Cidade.

Quero dizer que eu vou contribuir hoje com este momento que eu acho riquíssimo, e que, num momento posterior, nós votaremos vários Projetos importantes para que, de fato, a cidade de Porto Alegre possa ser vista com mais maturidade, com grandeza política, e também para que, com relação ao nosso turismo, as coisas aconteçam de uma forma ecologicamente sustentável e econômica também, de maneira a trazer benefícios para a cidade de Porto Alegre. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; Ver. Claudio Sebenelo, meu companheiro de Bancada; senhoras e senhores; eu acredito, Verª Maria Celeste - e vou me dirigir a V. Exª, porque foi quem trouxe aqui uma justa reclamação com relação a procedimento de candidatos numa campanha eleitoral -, que a todo instante nós devemos estar fazendo uma auto-análise daquilo que cada um de nós faz dentro da sociedade.

Cada vez que um dos nossos Partidos ocupa o Poder, nós temos que, em vez de fecharmos os nossos olhos para as falhas que os nossos Partidos cometem quando estão no Poder, também nos transformar em críticos das ações do nosso Partido, quando são nefastas para o conjunto da sociedade.

Eu pergunto: durante o tempo em que o Partido da Verª Maria Celeste esteve no Poder - tanto aqui em Porto Alegre, como também lá no Governo do Estado -, a máquina não foi utilizada para favorecer candidatos que defendiam as siglas aliadas ao PT? Eu posso afirmar que sim! Eu posso afirmar que sim. Eu acho que naquele momento em que os candidatos, Ver. João Antonio Dib, do Partido dos Trabalhadores e os candidatos ligados ao Partido dos Trabalhadores estavam sendo favorecidos pelo Poder, também cabia aos próprios integrantes do Partido dos Trabalhadores virem à tribuna e dizerem que não concordavam com aquilo que estava sendo feito. Mas eu não ouvi esse discurso naquela época; esse discurso naquela época não houve.

Eu não concordo, Ver. Marcelo Danéris, com nenhum favorecimento por parte de candidatos vindos do Poder, dos Partidos que estão no Poder. Eu não concordo agora, que eu tenho o meu Partido no Governo do Estado, e já não concordava antes, quando não tinha o meu Partido em nenhum dos Poderes. O que não dá para agüentar é a lamúria simplesmente quando se está perdendo, quando não se tem a benesse, mas quando se tem a benesse, quando se é dono do poder, aí se usa de forma adoidada esse poder, não se tem medida, Ver. Claudio Sebenelo. Ao visitar algumas regiões da Cidade, é muito comum encontrarmos pessoas, Ver. João Dib, que dizem para nós: “Antes, o representante do Orçamento Participativo era o Vereador Fulano de Tal”. E o Vereador Fulano de Tal, Ver. Maurício, era responsável por asfaltar as ruas de toda a região. Aí não se sabia: “Mas como, meu Deus do Céu, essa quantidade imensa de votos então é por causa disso”? É! Mas eu acho que não pode acontecer isso! É por isso que eu sempre lutei aqui para que o poder comunitário, Ver. João Bosco Vaz, fosse independente, que não fosse atrelado, que as pessoas que estão vinculadas ao Orçamento Participativo ou a todas as instituições que ajudam a organizar a sociedade não estivessem atreladas ao Poder. Mas, infelizmente, nos últimos tempos, o que a gente viu foram essas instituições, essas associações atreladas ao Poder! Eu acho que isso está errado, e nós temos que modificar, porque, enquanto as coisas estiverem assim, o poder comunitário - as associações comunitárias, as entidades, como é o caso do Orçamento Participativo - não terão como cobrar nada do Poder Central, porque está todo mundo atrelado. Os próprios Vereadores, muitas vezes, de um determinado Partido, são representantes do Orçamento Participativo em determinadas regiões, e nada acontece em regiões se não for por vontade deles! Então, eu continuo aqui fazendo o meu discurso e gostaria de receber o apoio dos meus amigos Vereadores: o poder comunitário, as associações comunitárias, o Orçamento Participativo devem ser independentes, eles não podem estar ligados à Prefeitura Municipal ou ao Governo do Estado; eles devem poder se organizar de forma independente para terem força para cobrar atitudes dos diversos Governos para que as suas regiões possam obter o progresso. Caso contrário, aí é tudo chorumela, realmente, na hora em que está perdendo.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Temos uma longa Pauta hoje, devidamente acordada entre a Mesa e as Lideranças; portanto, peço a atenção dos Srs. Vereadores e das Sras Vereadoras para que possamos começar a enfrentar a discussão e a votação. Vamos iniciar pelos Vetos.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2503/07 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 009/07, de autoria do Ver. Professor Garcia, que altera o § 2º do art. 44, o § 2º do art. 49 e o art. 50 da Lei Complementar nº 170, de 31 de dezembro de 1987, e alterações posteriores, que revoga a Lei Complementar nº 32, de 7 de janeiro de 1977, estabelece normas para instalações hidrossanitárias e serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário prestados pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos, e dá outras providências, reduzindo os valores percentuais para a cobrança de multas e excluindo a incidência de correção monetária nesses casos.

 

 Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela manutenção do Veto Total;

- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela rejeição do Veto Total;

- da CUTHAB. Relator Ver. Ervino Besson: pela manutenção do Veto Total;

- da CEDECONDH. Relatora Verª Maria Luiza: pela rejeição do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77,

§ 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 28-08-08.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 30-08-08 (sábado).

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLCL nº 009/07, com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLCL nº 009/07, com Veto Total.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, na realidade nem é tanto para discutir o Veto, é que na Redação houve um problema com relação ao juro de mora. O Prefeito nos chamou, concordamos, e já está tramitando aqui na Casa um outro Projeto de Lei que, inclusive até por uma deferência especial, o Executivo me cita pela minha iniciativa. E é só por isso. Como houve essa questão redacional, este Vereador concorda, inclusive, pede aos Vereadores Luiz Braz, da CEFOR, e para a Verª Maria Luiza, Relatora, que aceitem o Veto, porque, realmente, como está a redação atual não há condições, e nós, em vez de ajudarmos a população, estaremos prejudicando-a.

Então, como já está tramitando, aqui na Casa, um novo Projeto, eu solicito aos colegas que acolham o Veto, para que possamos, então, daqui a alguns dias, aprovar essa questão, porque é uma necessidade de Porto Alegre: a redução dos juros de 5% para 2%. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PLCL nº 009/07, com Veto Total.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores, Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham, alunos que chegam aqui no plenário; de fato, nós vivemos no Brasil, hoje, felizmente, uma outra situação da nossa economia, o que nos faz realmente pensar que as punições, digamos, para aqueles que não pagam as suas contas em dia, sejam em percentuais menores do que aquelas que nós já tivemos antigamente, quando a inflação era de 10%, 20% e de até 48% ao mês. Então, não pagar uma conta, naquela ocasião, era fazer dinheiro. Portanto, uma multa de 10% era significativa e vinha nessa direção. Então, tem méritos o Projeto do Ver. Professor Garcia, tanto é assim que todos nós o aprovamos; por unanimidade foi aprovado pela Câmara de Vereadores. Mas eu não vejo por que, Ver. Professor Garcia - até por isso me inscrevi - o Prefeito não executou, então, se é um aspecto da intenção do seu Projeto, e por que não foi um Veto Parcial? E mesmo o Projeto do Executivo já estando na Casa, de qualquer maneira, terá de haver mais um tempo e, provavelmente, só irá vigorar no ano que vem. Nós poderíamos ter ganho vários meses se houvesse um Veto Parcial ao Projeto de V. Exª, e deixar que o aspecto complementar fosse, então, através de um novo projeto do Executivo. Já que o autor do Projeto pediu para que nós aceitemos o Veto, nós vamos aceitá-lo. Mas, de fato, poderia ter havido uma situação melhor, intermediária, para garantir a autoria do assunto ao Ver. Professor Garcia, que trabalha nas questões tributárias - já possui um outro Projeto em relação a impostos, parece-me que do Poder Executivo Central, da Administração Centralizada. Portanto, poderia ser mantida a autoria do Projeto ao Ver. Professor Garcia, fazendo um Veto Parcial. Mas V. Exª é Líder do Governo, é da base do Governo, V. Exª pediu para aceitar o Veto, nós vamos aceitá-lo, mas, realmente, poderia ter havido uma saída melhor para funcionar uma parte já, imediatamente, e vir o complemento em outro projeto. Mas votaremos, a pedido de V. Exª, a favor do Veto. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLCL nº 009/07, com Veto Total.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero chamar a atenção para o problema da água na cidade de Porto Alegre e o desprestígio que o Governo Fogaça faz à Câmara de Vereadores ao vetar o Projeto que diminui os percentuais na questão das multas. Como o Ver. Guilherme já disse, vai postergar a possibilidade de muitos cidadãos se colocarem em dia com o DMAE, e saírem da pressão do corte da água, da dívida que têm. Há situações de entidades comunitárias que atendem crianças, que têm abrigos, que, em determinado momento não pagaram e cujo volume da dívida ficou tão alto, que tornou inviável o pagamento com a manutenção do trabalho comunitário. Quero aqui lembrar que nós já fizemos esse debate fortemente com o Governo Municipal, porque não é só o problema da água, mas também o da taxa do lixo. Por um lado, o Governo Municipal repassa um recurso para a realização do serviço na área da criança e do adolescente, faz convênio com creche comunitária, com abrigos, está repassando recursos; por outro lado, a Prefeitura, o mesmo Governo, que não tem como ampliar esse recurso, e que não cobre o conjunto do custo do trabalho realizado, no caso das creches comunitárias, as famílias muito carentes, têm que contribuir com 50, 60, 70 reais, o que se torna caro, difícil para acessar o serviço. Nós temos encontrado muitas situações assim. Nós fizemos o debate nesta Casa, se não me engano, há dois anos, sobre o problema da taxa de lixo, da taxa de água, ou seja, a Prefeitura, por um lado, coloca recursos, tem um atendimento importantíssimo, pois só na creche comunitária são 10 mil crianças de 0 a 6 anos. E, por outro lado, está pressionando e está martirizando, eu diria assim, entidades com o serviço da taxa de lixo, com o custo da água, muitas vezes, não colocando a tarifa social, muitas vezes, não contornando um gasto excessivo, muitas vezes, não encontrando uma solução rápida para um problema não identificado, que faz com que a conta fique lá em cima.

Nós tivemos aqui o compromisso do Secretário Cristiano Tatsch, há dois anos, quando tentávamos isentar as entidades que tinham convênio com a Prefeitura, que realizavam esse serviço público de pagar taxa ao próprio Município. O Município dá por um lado e tira por outro, quando poderia estar melhorando as condições desse atendimento, sem cobrar as suas taxas, inclusive contribuindo de uma forma, o que hoje dificulta muito as entidades com essa série de questões com que elas acabam sendo penalizadas, como a taxa de lixo e taxa da água, Ver. Sebastião Melo.

O Secretário Cristiano Tatsch, na época, conversou conosco e disse que faria isso em debate com o Fórum das Entidades, na data-base. Nada avançou de lá para cá, e eu lamento que uma iniciativa de Vereador não seja acolhida para favorecer. Acho que nem precisaria esta se o Governo Municipal já tivesse articulado essas duas políticas: o convênio que faz com as entidades e as taxas que cobra das entidades. Eu acho que aí está faltando um pouco de inteligência para favorecer a nossa Cidade, para acelerar e qualificar o atendimento, e barateá-lo, ou seja, tornar mais acessível o acesso à creche, o acesso ao SASE, na periferia. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLCL nº 009/07, com Veto Total.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, difícil mesmo é construir o simples. O Ver. Professor Garcia apresentou um Projeto de Lei e o Prefeito o vetou totalmente. O Ver. Garcia vai à tribuna e diz que deve ser aceito o Veto do Prefeito, e que o Prefeito já encaminhou outro Projeto para que possa cuidar do mérito da proposição do Ver. Garcia, mas de forma legal, regimental e orgânica. Aí nós começamos a discutir aquilo que é tão simples: o Vereador, autor do Projeto, pediu para que o Veto seja aceito. Não há mais o que discutir! Vamos discutir no dia em que formos discutir o Projeto do Prefeito.

Portanto, difícil mesmo é construir o simples! Por isso ninguém mudou o Parabéns a Você. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir o PLCL nº 009/07, com Veto Total.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Ver. Sebastião Melo, Presidente desta Casa; nobres Vereadores e Vereadoras, é uma pena que temos que postergar a chegada do outro Projeto que já está na Casa, porque é uma reivindicação justíssima e necessária ao contribuinte de Porto Alegre, reduzirmos logo esta multa de 5% para 2%. Quero parabenizar o propositor deste Projeto, o colega Garcia, a Câmara, nós que votamos favoravelmente, mas já que ele está aceitando o Veto, que está reaparelhando este Projeto, está refazendo este Projeto, para que ele possa não sofrer Veto, então, pelo mérito deste Projeto, eu peço que a Casa se agilize no trâmite do próximo projeto, porque a Cidade clama. Na maioria das vezes, as contas do DMAE são oriundas de questionamentos até jurídicos; depende se há um vazamento, não se sabe quem foi o culpado, como é que foi, começam a vir essas multas, multas e mais multas em cima, e a conta torna-se impagável. É preferível ter multas razoáveis, para que aquele que deve tenha condições de pagar, e não termos multas proibitivas, para arrumar um outro jeito, seja lá qual for, que a gente não sabe se é legal, para poder sanar este problema. Às vezes, são contas vertiginosas que aparecem na mão dos nossos consumidores, eles não têm como pagar de maneira nenhuma, e também não tem como ficar sem água. Eu peço ao Professor Garcia para que ele acompanhe celeremente o próximo projeto, para que possamos aprová-lo. Muito obrigado, senhores Vereadores e Presidente desta Casa.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro a presença dos alunos da Escola Municipal Pepita de Leão, turmas C-11, C-12, C-13, Professores Gilberto, Cristina, Ligia e Clarice. Muito bem-vindos senhores alunos e professores. (Palmas.) Solicito que os senhores acompanhem a Sessão sem manifestações. Muito obrigado.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLCL nº 009/07, com Veto Total.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, alunos da Escola Pepita de Leão, que nos acompanham, e telespectadores do Canal 16, estamos discutindo o Veto a este Projeto de Lei, agora de autoria do Executivo, que antes era inspirado numa proposição do Ver. Professor Garcia, que prevê a redução das taxas e dos juros de 5% para 2% - das taxas e dívidas do DMAE. Isso é uma atitude importante, porque, de fato, os juros, multas e taxas eram e estavam sendo muito altas, inclusive diminuindo a arrecadação, porque elas tornavam, muitas vezes, para os mais necessitados, para os mais pobres, proibitivo o interesse em acertar, em ajustar as contas. Então, nós estamos de acordo com o presente Projeto; ele é bem-vindo, ele pode ajudar na melhoria da arrecadação, porque nós vivemos, agora, em uma época de não-inflação. Aquelas multas e aqueles juros foram concebidos em uma época de inflação maior, em uma época de inflação fora de controle; agora, essa medida vem ao encontro de acertar os tempos, de ajustar aquilo que pode ser mais racional, aquilo que pode ser aceito. Lamentamos que a iniciativa do Ver. Professor Garcia não pôde ser aproveitada; ela teve, parece-me, um erro técnico na origem - não é, Professor? -, mas, enfim, tem validade o mérito e aquilo que a Cidade e os contribuintes, principalmente aqueles que querem fazer o acerto das contas, que possam realizá-lo agora, sem ter aquela oneração exagerada que tínhamos antes - fruto de lei. Esse é o papel da Câmara, porque a Câmara tem este papel: acompanhar as grandes questões, acompanhar o interesse geral da Cidade, acompanhar a vida das pessoas e os negócios públicos. E esse é um negócio público de interesse geral das pessoas de Porto Alegre.

 

O Sr. Professor Garcia: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Vereador, o novo projeto entrou no dia 04 de agosto, já entrou e saiu da CCJ. Como é uma vontade de todos, nós podemos, em acordo, pedir o art. 81 - porque já faz um mês -, e votarmos, para tranqüilizar também, porque, na realidade, são milhares de pessoas que sofrem deste problema.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Isso vai ajudar, Vereador Garcia, assim como poderia ajudar muitos, se nós votássemos aquele nosso Projeto, de autoria do Ver. Raul Carrion, com o nosso Substitutivo, de individualização das medições. Infelizmente foi votado um Projeto que passou a idéia de que a água está individualizada em Porto Alegre. Não é verdade! Só está individualizada para quem quer fazer, mas, para os novos empreendimentos, isso não precisa de lei. O que nós precisamos avançar é na mudança da Lei nº 170, sem a qual nós não teremos alteração para medição individual de água. O Ver. João Dib acena, dizendo que concorda com a gente.

Nós precisamos ser sérios, porque eu ouvi uma notícia, uma matéria no Jornal Zero Hora, que em Porto Alegre estava feita a individualização. Não, não está feita! Existe uma idéia de que deve ser feita, mas, se não mudar a Lei nº 170, isso não acontecerá.

 

O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Todeschini, obrigado. Neste aspecto da medição individual de água, há uma lei, de minha autoria, que definiu que os condomínios horizontais e os prédios com térreo e mais três pavimentos devem ter obrigatoriamente a medição individual. Esta lei está vigendo e modificou exatamente a Lei nº 170. O que precisa ser definido, agora, é para os prédios mais altos - em todos eles.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: E os de natureza popular, em especial.

O Sr. Guilherme Barbosa: Também. Obrigado.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pelo aparte; contribui e enriquece o nosso pronunciamento, Ver. Guilherme, que tem razão, pois fez a primeira alteração da Lei nº 170, mas ela precisa ser ampliada, porque a Lei que nós votamos aqui, do uso racional de água, é uma Lei importante, mas ela não enfrenta o problema adequadamente. Ela não responde às alterações que se fazem necessárias à Lei nº 170. Muito obrigado pela atenção.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não há mais quem queira discutir. Em votação nominal o PLCL nº 009/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 28 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Mantido o Veto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 4879/06 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 219/06, de autoria da Verª Margarete Moraes, que institui o Espaço Cultural do Mercado Público Central de Porto Alegre para manifestação dos cultos afro-brasileiros e da cultura de origem africana.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Valdir Caetano: pela manutenção do Veto Parcial;

- da CECE. Relator Ver. João Antonio Dib: pela manutenção do Veto Parcial;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Maurício Dziedricki: pela manutenção do Veto Parcial.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 27-08-08.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 30-08-08 (sábado).

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 219/06, com Veto Parcial. (Pausa.) A Verª Margarete Moraes, autora do Projeto, está com a palavra para discutir o PLL nº 219/06, com Veto Parcial.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, há muito tempo nós compreendemos a importância de todas as etnias na composição da nossa brasilidade, na composição e na formação do povo brasileiro. Se nós pensarmos em Porto Alegre, apenas em Porto Alegre, nós temos 24 etnias que compõem a nossa Cidade. Primeiro aqui habitavam os índios, depois vieram os europeus, os portugueses, os espanhóis - e a nossa Cidade é um pouco portuguesa, um pouco espanhola -, os alemães, os árabes, os judeus, não por esta ordem, mas são 24 etnias que formam a população de Porto Alegre. Depois vieram os negros, e já chegaram na condição de escravos, portanto, trata-se de um povo que aqui no Brasil foi humilhado, e, por isso mesmo, por essa humilhação, pelas torturas físicas e espirituais que sofreram, merecem maior atenção de nossas autoridades, maior cuidado, de fato e de direito, reparações sociais e reparações políticas. Somos uma Cidade, um Estado e um País miscigenado, e esta é a importância deste Projeto.

Quando eu era Secretária de Cultura, nós, junto com outros órgãos da Prefeitura, promovemos a restauração daquele importante mercado, que é um espaço singular de nossa Cidade, um ponto turístico. Em Barcelona, visita-se o Mercado Público; em Montevidéu, no Uruguai, o Mercado do Porto; então, o mercado é um ponto muito importante. Nós, em conjunto com a SMIC, realizamos um concurso chamado “Escreva seu Nome na História do Mercado”, e também poderia ser: suas vivências pessoais, suas crenças, suas crônicas, seus depoimentos, e daí surgiu um livro. Lendo este livro, eu percebi o quanto era importante para a Cidade que se mantivesse, Ver. Adeli, a venda a granel, que se mantém até hoje; o morango com nata; as especiarias que só se encontram lá no Mercado, mas que também havia, com muita força, um carinho, uma dedicação, uma memória dos cultos afros. Tem a história do príncipe Custódio e da escrava cujo nome não recordo. Nós achamos que este Mercado Público merece um espaço próprio para os cultos religiosos, para a cultura, para a arte de origem afro. É evidente que nós também sabemos que o espaço público, do ponto de vista externo, merece mais atenção, mais beleza e mais limpeza. Mas concordamos com o Veto Parcial do Prefeito José Fogaça, porque um Vereador não pode determinar o local “dentro do mercado”, apenas que seja colocado um espaço para os cultos religiosos afros, mas não determinar qual o quadrante, onde será colocado isso.

Então, agiu com acerto o Prefeito José Fogaça, e nós concordamos, e peço que as pessoas concordem com o Veto Parcial. Mas que fique um alerta: eu considero justo este Veto Parcial, mas desde que seja implantado de fato e de direito este Projeto na Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 219/06, com Veto Parcial.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Verª Margarete está aceitando o Veto e, em função do espaço, eu acho que está pertinente, não precisa haver uma definição. Mas quero lembrar a esta Casa e dizer de público, Ver. Sebastião Melo, que o fato de a gente consolidar esse espaço no Mercado para toda a expressão cultural, na forma do artesanato, da cultura afro, vem, eu não digo reparar, porque nós ainda repararemos, não é Ver. Guilherme, mas acho que já é um gesto desta Casa no sentido de reconhecer a enorme dívida que temos com a cultura afro, com os povos, pois 300 anos de escravidão neste País resultaram numa exclusão social brutal, que permanece até hoje.

Nós deixamos passar nesta Casa um debate que atingiu, que revoltou, indignou pessoas que participam, que fazem, que crêem, que organizam a sua transcendência através dos cultos religiosos vinculados à cultura afro-descendente. Eu não sei, Ver. Guilherme, se a Comissão de Direitos Humanos já encaminhou uma Emenda, um reparo à Lei que está tramitando sobre a questão dos animais deixados ou colocados na rua, porque acho que nós não diferenciamos das situações de morte de animais, de descuido com o destino desses resíduos, não diferenciamos da manifestação da cultura afro-descendente da sua forma religiosa.

A Casa, com isso, mostrou um desconhecimento - e assumo com os demais Vereadores que pelo menos pensam assim - de que nós temos uma cultura que por muito tempo foi segregada, foi marginalizada, foi “guetizada”, foi considerada inferior e, no entanto, é uma cultura genuína, uma cultura formadora de identidade, uma cultura de um vigor e de uma beleza que nós, neste País, relegamos a um segundo plano, relegamos a uma marginalização. Retiramos a boniteza pela nossa prática da escravidão. E acho que nós, aqui na Câmara, ao desconsiderarmos o destino desses animais no culto religioso, tratarmos igual ou da mesma maneira como qualquer descuido que se faça com as vias públicas ao largar na rua um animal que tenha falecido, eu acho que nós demonstramos um desconhecimento ainda, uma falta de atenção nesta Casa com a cultura afro-descendente.

Então, Verª Margarete, o espaço do Mercado, as feiras para valorizar as formas de sobrevivência solidária dessa cultura, a beleza inigualável da produção de materiais, as cores que lembram a África, aquele país quente e árido, é uma forma singela e pequena de valorizar essa cultura, que ao lado da luta para que os currículos embelezem e dêem de fato as versões da história do movimento negro, ao lado da luta das quotas, para que nas universidades tenhamos negros e negras, são todos gestos que vão reparando, e, quiçá, a nossa sociedade de fato seja igualitária e tenha lugar para todos com todos esses gestos.

Então, esse pequeno Veto não descaracteriza o Projeto, ele apenas resguarda a gestão do Município em qual espaço, mas nós queremos garantir esse espaço, porque para além da cultura afro-descendente, a questão da economia solidária não sobrevive se o Poder Público não abrir espaços, não unir esforços. E hoje ela representa a sobrevivência diária de muita gente nesta Cidade. Nós precisamos abrir feiras, abrir espaços informais, precisamos potencializar esse trabalho que é o que está ao alcance de muitas pessoas, porque competir com grandes empresas, com BIGs, com grandes shoppings, é muito difícil para a economia solidária, que é a economia mais democrática, é uma economia que junta a teia social, a rede social, que, muitas vezes, é o único caminho encontrado pelas nossas mulheres, pelos nossos afro-descendentes nesse caso. E ali tem muita boniteza, tem muita produção cultural, que nós temos de valorizar, e temos de mostrar aos visitantes como a cara de Porto Alegre também.

Então, Verª Margarete Moraes, parabéns pelo seu Projeto, e vamos apoiar o Veto, resguardando a bela iniciativa que o seu Projeto trouxe. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação nominal o PLL nº 219/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 04 votos SIM, 22 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES. Mantido o Veto.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, eu quero alterar o meu voto.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Já foi apregoado o resultado, mas fica registrada a sua manifestação, Ver. Todeschini.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1248/07 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 026/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que altera o “caput” do art. 3º da Lei nº 3.397, de 2 de julho de 1970, que disciplina o Comércio de Jornais e Revistas nas vias públicas e outros logradouros públicos e dá outras providências, e alterações posteriores, incluindo a obrigação, ao licenciado ou a seus auxiliares, do recolhimento de contribuição previdenciária ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS –, para o exercício da atividade licenciada, e excluindo-lhes a obrigação da inscrição na Associação ou no Sindicato de Classe para esse exercício.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela manutenção do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 27-08-08.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 30-08-08 (sábado).

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 026/07, com Veto Total. (Pausa.) A Verª Maria Luiza está com a palavra para discutir o PLL nº 026/07, com Veto Total.

 

A SRA. MARIA LUIZA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, ao cumprimentá-lo, cumprimento todos os Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público aqui presente e que nos assiste pela TVCâmara. Eu venho a esta tribuna manifestar a minha contrariedade ao Veto deste Projeto e quero tecer aqui algumas considerações. Este Projeto disciplina o comércio de jornais e revistas nas vias públicas e outros logradouros públicos, incluindo a obrigação, ao licenciado ou a seus auxiliares, do recolhimento de contribuição previdenciária ao Instituto Nacional de Seguro Social, para o exercício da atividade licenciada. Eu quero esclarecer a este Plenário que o fundamento do presente Projeto deve-se ao fato de que há muitos anos eu venho realizando um trabalho social também voltado para orientações e encaminhamentos previdenciários junto à população desassistida. Nessa realidade, inúmeras vezes deparei com histórias, inclusive de trabalhadores informais, que, após anos de contribuição, haviam perdido o vínculo previdenciário, e, quando precisaram, não puderam ser beneficiados por ausência de contribuição, sem contar os inúmeros trabalhadores informais, que, ao perderem a sua vida, deixam a sua família totalmente desassistida, sem poder nem sequer acionar aposentadoria por morte, um direito assegurado quando o trabalhador informal possui a qualidade de segurado. Essas são inquietações que me levaram, enquanto Parlamentar, a tomar medidas que realmente façam a diferença no momento em que o trabalhador necessitar, pois a contribuição assegura o presente e o futuro na vida do trabalhador e de toda a sua família. Não podemos desconsiderar que a qualidade de segurado dá inúmeras oportunidades nos mais diversos benefícios e, em muitos Municípios do Brasil... (Pausa.) Sr. Presidente, eu gostaria de segurar o tempo um pouquinho.

 

(O Sr. Presidente faz soar a campainha do plenário pedindo silêncio, pois há uma oradora na tribuna.)

 

A SRA. MARIA LUIZA: Obrigada. Não podemos desconsiderar ainda que a qualidade de segurado dá inúmeras oportunidades nos mais diversos benefícios e, em muitos Municípios do Brasil, têm sido as aposentadorias que movimentam a economia local e, na grande maioria das vezes, elas têm sido o único meio de sustento das famílias brasileiras. É importante registrar aqui, neste plenário, que exigir a comprovação de regularidade previdenciária não representa qualquer incursão inconstitucional na competência privativa da União, pois legislar sobre previdência social está previsto no inc. XXIII do art. 22 da Constituição Federal, com base na competência que é própria dos Municípios de legislar sobre assuntos locais. Logo, cabe também aos Municípios legislarem.

Como cidadã brasileira, percebo que a previdência pública no Brasil é desvalorizada e não atinge a sua real dimensão de orientações a respeito da sua importância na vida do trabalhador. Talvez esse seja o agravante número um que fez com que, nos últimos anos, a cada década, fosse maior o percentual de trabalhadores informais, sem vínculo previdenciário. Com isso, deixou-se propagar o velho chavão: “Para que você vai contribuir para o INSS? Isso é só colocar dinheiro fora”. Atualmente, mais de 50% dos trabalhadores encontram-se na informalidade e sem vínculo previdenciário, logo, sem a qualidade de segurado.

Ainda temos um problema gravíssimo no Brasil que diz respeito à ausência de gestão pública. Prova disso é a situação em que se depara o atual Governo Federal diante dos problemas de arrecadação da Previdência Social. Ou seja, os Governos anteriores não deram a devida atenção que merecia a Previdência. Portanto, estamos prestes a prorrogar o período de aposentadoria no Brasil para homens e mulheres trabalhadores, sob pena de afetar as futuras gerações que irão utilizar o sistema previdenciário. É claro que essas medidas não são nada simpáticas para os trabalhadores que, mais uma vez, se nada for feito, o ônus recairá sobre a classe trabalhadora de nosso País. Infelizmente, o ônus acaba sendo pago pela população, ficando claro que a gestão pública deve estar pautada em responsabilidades. Logo, aprovar este Projeto traz aqui, no Município de Porto Alegre, o cumprimento do dispositivo previsto na Constituição Federal, no seu art. 30, inciso I, que permite aos Municípios complementar a Legislação, lembrando sempre que o Município é o que está mais próximo do cidadão, e a própria Constituição Federal preconiza a descentralização, gerando, dessa forma, um novo paradigma de gestão, pouquíssimo operacionalizado na prática.

Estejamos atentos, pois a nova Constituição nos trouxe muitos avanços. Saibamos interpretá-la em favor da população, que, muitas vezes, e na sua grande maioria, está distante das informações.

Para concluir, quero lembrá-los de que, recentemente, o Governo Federal, através de Medida Provisória, reduziu para 50% a alíquota mínima de contribuição previdenciária, cujo valor mínimo, hoje, é de 41 reais e 50 centavos por mês. E a concessão do alvará, na aprovação deste Projeto, incluirá o critério de comprovação e inscrição do recolhimento.

Finalizando, eu quero dizer para vocês que o Município de Porto Alegre tem hoje, conforme a pesquisa do PME, 34,9% de trabalhadores informais. E fizemos uma consulta também ao Ministério da Previdência, que se posicionou totalmente favorável, pois essas medidas podem implementar uma política de inclusão social.

Eu gostaria de lembrar que esta Casa aprovou este mesmo Projeto no segmento dos vendedores de gás no mês de dezembro de 2007, o qual o Prefeito da nossa Cidade regulamentou e sancionou. Logo, eu peço atenção de todos para que a gente possa, realmente, votar contrariamente a este Veto. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PLL nº 026/07, com Veto Total.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores, Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham, já na fase da discussão preliminar de Pauta, por várias vezes eu discuti este Projeto com a Verª Maria Luiza. Inclusive quero elogiá-la pela fala que fez agora, porque mostra que estudou o assunto, trouxe números e trouxe argumentos importantes. Eu vejo que o Projeto da Vereadora tem dois aspectos, dois itens que são fortes: com um deles eu concordo, e com o outro eu discordo. Então, é mais um caso, Ver. Professor Garcia, em que eu acho que o Prefeito poderia ter feito o Veto Parcial. Eu acho importante a idéia e a exigência que o Projeto da Verª Maria Luiza quer determinar, que é a obrigação da contribuição ao INSS para os empregados desses estabelecimentos. Qualquer trabalhador no Brasil tem que estar, não só no Brasil, mas em qualquer país do mundo, garantido para que no seu futuro tenha, sim, depois de décadas de trabalho, na sua terceira idade, digamos assim, com a possibilidade de manutenção da sua vida num patamar mínimo de honradez. Eu acho isso importante, e concordo com isso.

As bancas de revista, inclusive eu tenho uma relação com esses comerciantes, são um elemento importante em qualquer cidade. Uma banca de revista é um local de cultura, é um local de informação, é um local de animação na Cidade, no seu entorno, é um local inclusive de segurança. Portanto, temos que ter um olhar muito carinhoso para esses estabelecimentos.

Sendo assim, repito que concordo com essa primeira parte. A discordância que tenho é que também o Projeto traz a não-exigência de filiação dos futuros donos das bancas de revistas à entidade da categoria. Acho que, Verª Maria Luiza, para que nós tenhamos uma categoria forte, é preciso que o sindicato dessa categoria também o seja. Portanto, é interessante sempre que haja um incentivo - neste caso inclusive é uma obrigação -, mas que, no mínimo, haja um incentivo para que os proprietários das bancas sejam filiados à entidade de classe.

Então, tenho discordância com relação a esse aspecto do Projeto de Vossa Excelência. Da mesma forma que me referi ao Projeto do Ver. Professor Garcia, de novo vejo que era indicado que o Prefeito tivesse realizado um Veto Parcial ao Projeto de V. Exª e não o Veto Total como fez. Porque os argumentos trazidos na questão do INSS foram muito importantes.

 

A Srª Maria Luiza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço o aparte, Vereador. Gostaria de esclarecer que a opção da contribuição sindical não é uma prerrogativa da minha proposta no Projeto. Essa é uma opção que o trabalhador tem em função da própria Constituição Federal, que preconiza que o trabalhador tem o livre arbítrio de recolher a contribuição ou não. É importante, sim, a contribuição sindical, e o que estou citando no Projeto é baseado na própria legislação da Constituição Federal, não é uma invenção da Verª Maria Luiza.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sendo assim, é mais uma razão para que este Vereador coloque a sua opção de voto, e acredito que será o voto da minha Bancada. Não conversamos exatamente, mas, pelo que sinto e conheço dos meus companheiros e companheiras, nós vamos votar pela derrubada do Veto ao Projeto da Verª Maria Luiza. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLL nº 026/07, com Veto Total.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu vou ler o que o Prefeito José Fogaça colocou - eu não vou entrar no mérito -, por ocasião da votação do Projeto, e já tínhamos alertado sobre isso: “Razões do Veto Total - O Projeto de Lei em comento promove alteração do caput do art. 3º da Lei nº 3.397, de 2 de julho de 1970, que trata originalmente do exercício da atividade licenciada de comércio de jornais e revistas. A alteração proposta pelo presente Projeto de Lei determina que somente poderão exercer o comércio de jornais e revistas aqueles que estiverem licenciados junto à Secretaria da Produção, Indústria e Comércio - SMIC - e que recolherem a contribuição previdenciária ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS”.

No entanto, em que pese a oportunidade da matéria versada ao atualizar a redação do art. 3º da Lei nº 3.397, de 2 de julho de 1970, a nova redação proposta pelo Projeto de Lei em análise não pode prosperar, pois institui obrigação ao Município de zelar pelo recolhimento de obrigação federal, ou seja, condiciona o licenciamento de ambulantes do ramo de comércio de jornais e revistas à prova do recolhimento de contribuição ao INSS na condição de autônomo”.

Quero fazer, agora, um comentário sobre o mérito. Tem o seu mérito, mas tem a condição de legislação que não é pertinente ao Município.

“Embora a novel redação trate de forma atualizada a matéria, retirando a obrigação de inscrição dos licenciados na Associação ou Sindicato de Classe, e embora se preocupe com o recolhimento de contribuição previdenciária supostamente devida, o certo é que não cabe à esfera municipal zelar pelo recolhimento desta contribuição, não podendo condicionar o licenciamento de atividade comercial com base no recolhimento ou não de tributo devido à esfera federal, consoante art. 24, XII, da Constituição Federal”. Aqui o Prefeito coloca da questão do Poder. E vai mais adiante: “Ante o exposto e a fim de dirimir possíveis equívocos ante a comunidade deste Município, explicita-se que o presente Veto deve-se, unicamente, à violação do princípio da separação, harmonia e independência entre os Poderes, uma vez que o presente Projeto de Lei do Legislativo determina condição para o Poder Executivo licenciar as atividades comerciais.

São estas, Sr. Presidente, as razões que me obrigam a Vetar Totalmente o Projeto de Lei nº 026/07, esperando reexame criterioso dessa Casa, com acolhimento do Veto ora apresentado. Atenciosas saudações, José Fogaça, Prefeito”.

 

A Srª Maria Luiza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada pelo aparte, só gostaria, Ver. Professor Garcia, de lembrá-lo, que, realmente, nós estamos amparados pela Constituição Federal e que nós estamos diante de um novo paradigma de gestão pública. Na ocasião, no ano passado, quando apresentei este mesmo Projeto num outro segmento de trabalhadores, e que foi aprovado nesta Casa e sancionado pelo Prefeito, é importante lembrar que é uma proposta de inclusão social e que, realmente, é um novo paradigma, uma nova forma de fazer o enfrentamento de uma questão tão grave em nível nacional, que é a questão da Previdência Social, e que precisa, sim, da União, principalmente da participação dos Municípios. Então, não tenho dúvidas de que é uma nova proposta, um novo paradigma para enfrentar a questão com a contribuição do Município.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Vereadora, recebo a sua manifestação, mas volto a reiterar que, no mérito, tem um grande valor a sua preocupação, mas o Município não pode ser o fiscal disso aí. Existe o Sindicato, existe uma categoria forte, inclusive até V. Exª coloca a questão da retirada, da não-contribuição. E ele não entra na questão do mérito, só colocou a invasão de uma competência dele como Executivo, ou seja, nós estamos determinando ao Executivo aquilo que ele tem que fazer, e ele diz que não é competência dele essa fiscalização.

 

A Srª Maria Luiza: Eu gostaria de, rapidamente, só registrar que fiz uma consulta, no ano passado, ao Secretário Municipal da Indústria e Comércio, que se colocou totalmente favorável a essa proposta, dizendo que não existiria inviabilidade nenhuma no Município na questão de critérios; seria, simplesmente, acrescentar mais um critério no momento da constatação e da liberação do alvará.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Vereadora, como Líder do Governo, tenho que fazer isso aqui, mas V. Exª também é testemunha de que, por ocasião da aprovação do Projeto, nós já havíamos colocado as dificuldades que o Executivo entendia na época. Acho que é pertinente, tem mérito, mas foi colocado dessa forma. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 026/07, com Veto Total.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, prezada Maria Luiza, acho que a preocupação de V. Exª é pertinente, mas as ponderações do Governo Municipal também são. Eu fico pensando nas outras concessões de espaço público, Ver. Guilherme, desde os camelôs que irão ocupar o camelódromo, todas as atividades que têm que obter licenciamento, que condição terá a Prefeitura de acompanhar e cobrar também o desconto do INSS nas atividades que são cedidas ou cuja relação com a Prefeitura é uma relação de cedência de área onde, com certeza, observações outras - de espaço, do tipo de atividade, do alvará para localização, do alvará sanitário - são necessárias como toda e qualquer atividade; portanto, na relação trabalhista não acredito possível, acredito que é uma lei difícil de ser executada na vida real.

Quero aqui lhe dar alguns exemplos, e quem dera tivéssemos na Prefeitura serviços exercidos diretamente por servidores terceirizados, pois em escolas, em postos de saúde, sequer nesses espaços, nesses serviços, que seria um serviço público direto, e hoje são terceirizados, a Prefeitura consegue garantir mínimas condições.

No caso da terceirização do serviço de limpeza e cozinha em escolas, dentro de próprio municipal, nós tivemos que fazer muitas reuniões para poder garantir aos funcionários da cooperativa que a Prefeitura acompanhasse o desconto do INSS. Só o acompanhamento do serviço próprio tem um trabalho burocrático, uma implicação enorme da Prefeitura em fazê-lo. Veja, o contrato da atual cooperativa que presta serviço para limpeza e cozinha só prevê isso: o INSS, e um outro item que acabamos descobrindo, tentando ver elementos para dignificar um pouco o trabalho quase escravo que é realizado dentro de próprios públicos, é que deve ser pago o piso da categoria. A Prefeitura sequer sabe qual é o piso da categoria, não faz esse controle e não acompanha. Acho que isso não justifica, o que está no contrato tem que ser cobrado. Eu estou com um Projeto de Lei, iniciando a sua tramitação, para discutir com esta Casa, para exigirmos alguns outros requisitos para o caso de serviços prestados diretamente pela Prefeitura ao terceirizado. Acho difícil fazer uma exigência dessas de INSS, simplesmente porque a Prefeitura tem uma relação de autorização de funcionamento. Acho que a intenção é muito boa, mas acho que isso excede às funções e obrigações da Prefeitura, cria uma necessidade de pessoal, de fiscalização, que, na minha opinião, já tem uma outra previsão legal, ou seja, a previsão legal já atribui a outros órgãos.

Acho que essa é uma luta de classe, eu também acho que a filiação a sindicato tem que ser um ato soberano, de decisão única do trabalhador. Tenho pleno acordo contigo, sou contra o desconto sindical obrigatório, esse desconto mantém sindicatos que são sindicatos de fachada, federações de fachada que, de fato, não lutam pelos trabalhadores. Acho que a luta dos trabalhadores tem que ser uma luta consciente e engajada do trabalhador que se filia e do sindicato sério que mobiliza para a filiação. Nesse ponto, tenho muito acordo com V. Exª Então, eu só tenho dificuldades, como Legislativo, de estabelecer uma obrigação à Prefeitura, porque só vamos criar ônus e dificuldades ao atendimento da obrigação.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Quero cumprimentar V. Exª pela referência que faz a essa contribuição obrigatória no caso dos sindicatos, porque realmente isso não ajuda nada, nós temos um bom sindicalismo no País. Parabéns.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Compartilhamos essa opinião, Ver. Braz. Então, essa é a minha posição. Creio, sim, que tínhamos que ter mais atenção a outros serviços terceirizados - aí, sim, diretamente, Verª Maria Luiza - pela Prefeitura, e que beiram o trabalho escravo. Aí, sim, eu acho que esta Casa deve regrar as condições de oferta desses serviços, porque há cooperativas que funcionam como empresas e que, na verdade, têm benefícios por serem cooperativas, e não distribuem os lucros dessa cooperativa. Aí conseguem oferecer o serviço mais barato, desclassificando empresas muitas vezes sérias e que assinam a carteira e pagam os benefícios. Esses, sim, nós precisamos fiscalizar, e com esses o Município precisa ser mais rigoroso. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PLL nº 026/07, com Veto Total.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, analisando o Veto Total ao Projeto apresentado pela Verª Maria Luiza, quero fazer algumas ponderações. Antes do Sistema Único de Saúde, por exemplo, os desempregados ou os trabalhadores informais não tinham direito sequer a contribuir com o INSS, Verª Maria Luiza, e ficavam sem atendimento na Saúde. O atendimento ocorria por instituições benemerentes, como era o caso da Santa Casa, e hoje o sistema universal de saúde atende todas as pessoas, independente de qualquer condição social, se paga ou não o INSS. O SUS é universal. Eu acho que a senhora tem razão, é um direito de as pessoas pagarem o INSS, de poder contribuir e garantir uma velhice mais digna, mais saudável, com remédios, com aposentadoria.

Também queria considerar, como o Ver. Guilherme, que uma banca de revista presta um serviço à comunidade, pois comprar uma revista traz conhecimento, informação, reflexão, compreensão da vida, e ocorre também em um espaço público. Eu acho que a Verª Maria Luiza apresenta uma Lei avançada, mas que merece ser melhor trabalhada devido à Constituição Federal. Acho que se sindicalizar ou não também não deve ser uma obrigação, mas que devam exigir sindicatos capazes de aglutinar esses trabalhadores e que funcionem de fato e de direito.

Eu creio que a nossa Bancada vai liberar o voto em relação ao Veto Total proposto pelo Prefeito José Fogaça. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 026/07, com Veto Total.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores e Vereadoras, o Projeto da nobre colega Verª Maria Luiza já suscitou aqui no Plenário um debate acalorado, quando foi feita a aprovação pela Câmara de Vereadores. E, quando passou pela nossa Comissão, também fizemos uma bela discussão e, na 1ª Sessão de Pauta desse Projeto, eu vim à tribuna e fiz um conjunto de considerações que entendia existir no Projeto, algumas contradições. Quero trazer novamente a leitura que fiz naquele momento para podermos fazer uma boa análise sobre o Veto que o Prefeito Municipal deu ao Projeto. Se é para a exigência das guias do INSS para retirar o alvará, pressupõe-se que a empresa ainda não está em funcionamento, porque é alvará. Bom, se não está em funcionamento, não pode ter a contratação ainda com obrigatoriedade dos funcionários. Se não tem a obrigatoriedade dos funcionários, não pode recolher as guias do INSS desses funcionários. Portanto, eu persisto com essa análise/dúvida a respeito do Projeto, porque foi feita uma discussão aqui na Câmara, e eu me lembro que, no dia 26 de março deste ano, quando veio à votação, eu votei favoravelmente ao Projeto, mas eu indagava, fazia essas indagações à Verª Maria Luiza, para que nós pudéssemos ter esse entendimento.

Ele retorna à Câmara, depois de aprovado, com o Veto, e eu trago novamente essa discussão, para recuperá-la e poder ter a clareza, se isso foi sanado ou não.

 

A Srª Maria Luiza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu agradeço o aparte, Ver. Comassetto, e gostaria de esclarecer que existe uma diferenciação entre trabalhador autônomo e empregador. Então, na sua colocação isso fica confuso, porque o empregador tem os funcionários, mas o trabalhador autônomo não, ele está fazendo a sua contribuição como autônomo para o seu recolhimento em particular. Então, há uma confusão nas suas colocações que eu não consigo entender. Há diferenciação entre trabalhador autônomo e empregador.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Certo. Mas a senhora está se referindo ao Projeto que disciplina o comércio de jornais e revistas nas vias públicas ...

 

A Srª Maria Luiza: Dos trabalhadores autônomos.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Dos trabalhadores. Isso não inclui as empresas ou as bancas de revistas que vendem revistas e jornais.

 

A Srª Maria Luiza: Os trabalhadores autônomos das bancas de revistas e jornais. Não estou me referindo a empregadores, a trabalhadores autônomos, Vereador. Só para esclarecer. Obrigada.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Certo. Muito obrigado, Verª Maria Luiza, esclareceu-me uma dúvida. Neste sentido, manterei o voto que já lhe dei aqui no dia 26 de março de 2008, ou seja, favoravelmente ao Projeto, contra o Veto do Sr. Prefeito Municipal. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Está encerrada a discussão. Em votação nominal o PLL nº 026/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 16 votos SIM, 09 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES. Mantido o Veto.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 060/08 – (Proc. Nº 4328/08 – Ver. Márcio Bins Ely) – requer seja o período de Comunicações do dia 08 de setembro destinado a assinalar o transcurso do 46º aniversário do Dia Nacional do Corretor de Imóveis. (Incluído em 13-08-08.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento nº 060/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 071/08 – (Proc. Nº 5152/08 – Ver. Marcelo Danéris) – requer a realização de Sessão Solene, no dia 12 de setembro, às 15 horas, destinada a assinalar o transcurso do 20º aniversário do Orçamento Participativo. (Incluído em 27-08-08.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento nº 071/08. (Pausa.) O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 071/08.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; público que acompanha o Canal 16, creio que com este Requerimento - nada mais justo - nós reconhecemos um ato político democrático que foi transferido para a população de Porto Alegre para decidir o que as comunidades querem para a sua região e para a sua necessidade, lá naquela rua, naquela comunidade: um posto de saúde, a sua pavimentação, e assim por diante.

Homenagear o Orçamento Participativo é demonstrar que a Cidade, desde que ele foi implementado, aceitou uma das coisas mais elementares no mundo da política: a diversidade de opiniões e a disputa que antes, muitas vezes, se dava aqui neste Plenário, com alguns Vereadores destinando recursos para ruas a serem calçadas, agora foram transferidas para o Orçamento Participativo. É de extrema importância que o mundo da democracia e os Poderes Executivos possam perceber - e o Legislativo também - que esse tipo de Projeto de Lei não pode ser de um Vereador, mas sim da coletividade, da sociedade; creio que o Orçamento Participativo, nos diversos países, Estados e Municípios, pôde, sim, implementar, transferir esse poder de decisão para a comunidade. Nós percebemos, independente de Governos, que, no Orçamento Participativo, as comunidades se organizam, se organizam até para poder solicitar uma coisa que deveria ser natural, um compromisso do Executivo, que é o saneamento básico, porque o saneamento básico é uma questão de saúde pública e que, queira ou não, é disputado lá no Orçamento Participativo. E aquela região que definir suas prioridades, sejam elas de um ano para outro, uma unidade de saúde, pavimentação de uma rua ou saneamento básico, e assim por diante, isto deveria ser executado, e não é o que está acontecendo atualmente; por isso há uma frustração, de uma certa forma, das comunidades, pois um certo percentual das obras aprovadas não foram executadas.

À medida que nós aqui direcionamos recursos para determinados programas, ou até obras, que o Executivo acabou priorizando e destinando recursos nas suas determinadas rubricas, temos que entender que essas obras do Orçamento Participativo têm, sim, que ter prioridade; elas têm que estar, sim, na LDO e na Peça Orçamentária, porque isso foi uma questão prioritária lá das comunidades quando demandaram no Orçamento Participativo.

Este Requerimento em homenagem ao Orçamento Participativo, aos seus 20 anos, vem demonstrar que, numa questão de pluralidade, a Câmara percebe que é necessário, sim, independente de Governo, dar um voto de confiança a que este Projeto, a que essa diretriz de política participativa deva continuar, independente de Governo, independente de qual seja o Governo, porque o Orçamento Participativo veio para ficar, porque demonstra claramente que as comunidades percebem que lá, novamente, quando vêm as plenárias regionais, elas se movem, se motivam, conduzem-se para disputar na regional aquilo que, para elas, é mais sagrado, é mais urgente. É desumano, às vezes, quando se diz que aquilo para eles não é prioritário, e entra em disputa. Que bom se pudesse atender a todos. Mas os Governos dizem que é possível atender uma das demandas prioritárias de cada região. E não executando essas demandas há uma frustração, e a gente percebe, muitas vezes, que isso acontece e que as comunidades entram, sim, numa certa frustração, porque aquela demanda não foi priorizada por aquele Governo que exerce o poder naquele período, e, por isso, nós temos que defender a execução das obras aprovadas naquele período, naquela gestão, dando, de certa forma, a continuidade ao OP.

A continuidade do Orçamento Participativo veio para ficar, e isso é de extrema importância para as comunidades que se comovem e, ao mesmo tempo, se emocionam inclusive, quando acontece o OP e que, agora, nos seus 20 anos de existência, vem tendo um ato de louvor e de agradecimento, parabenizando a atitude, independente dos Governos, como uma democracia participativa, um projeto que veio para ficar. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, a nossa querida Diretora da Escola, Professora Giovana, vai distribuir aos Srs. Vereadores e aos funcionários o projeto Conhecendo a Câmara. Tem uma bela programação, e eu quero convidá-los, todos, para participar dessa programação. E, também, informo que, no dia 19 de setembro, às 10h, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre estará fazendo um Concerto nesta Casa em homenagem ao 1º Aniversário da Escola do Legislativo Julieta Battistioli. Portanto, Professora Giovana, socialize a matéria.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 071/08.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu, sinceramente, fico questionando se temos muito a comemorar com relação ao Orçamento Participativo. Depois do Orçamento Participativo, nós tivemos um empobrecimento na área do Planejamento no Município. Esse empobrecimento fez com que técnicos importantíssimos fossem praticamente afastados das decisões que deveriam ser tomadas no sentido de fazer com que a Cidade pudesse crescer de uma forma correta.

Eu sou favorável a que ouçamos todos os segmentos da Cidade, mas sou contrário a que um mecanismo como esse do Orçamento Participativo servisse, não para que os setores da Cidade pudessem se manifestar livremente com relação ao que seria melhor para cada bairro, cada vila em nossa Cidade, mas normalmente esses segmentos do Orçamento Participativo serviram de trincheira para determinados Partidos que, ao longo do tempo, se utilizaram desse instrumento para permanecerem no Poder.

Então, não foi, na verdade, um instrumento para o crescimento das comunidades, não foi algo que trouxe para as comunidades uma forma de participação onde todos pudessem opinar com relação àquilo que seria melhor para a sua região. Até porque, infelizmente, Ver. Haroldo de Souza, a nossa sociedade ainda não está tão conscientizada assim dos seus deveres a ponto de fazer essa participação. Então, como não existe essa participação voluntária por parte das pessoas, fica valendo o partido que melhor pode se organizar, pegar lá uma comunidade numa vila tal e trazer para uma votação. São trazidos de ônibus, dá-se lanche, e as pessoas nem sabem o que estão votando; levantam a mão apenas na hora em que o cidadão que é o líder fala para levantar, e fica tudo por isso mesmo.

Então, houve esse tipo de coisa durante todo esse tempo de Orçamento Participativo. E eu era contra, na época em que o Orçamento Participativo servia ao PT e a todos os partidos que eram ligados ao PT, e continuo sendo contra agora, quando o Orçamento Participativo está sendo praticado pelo Governo do atual Prefeito. Eu acho que essa não é uma forma correta de se organizar a sociedade. Acredito que o melhor seria que nós pudéssemos ter o Orçamento Participativo, ou algo parecido, desvinculado das Prefeituras municipais; mas quando eles estão totalmente atrelados às Prefeituras e aos Governos. Com toda a certeza as lideranças desse movimento servem, é claro, a esses Governos. É muito comum, Ver. Dr. Raul, Ver. Haroldo, chegarmos nas comunidades e ouvirmos “O Vereador fulano de tal é o líder aqui nesta região do Orçamento Participativo, e aqui ele calçou tais e tais ruas”. Não é o Vereador que calça ruas, meu Deus do céu; ele não tem nada que ver! Agora, com o Orçamento Participativo, acham que Vereador calça ruas. Aí dizem: “Mas isso é uma organização da comunidade”. Não, isso é uma desorganização da comunidade. As comunidades se desorganizaram, porque as associações comunitárias ficaram mais enfraquecidas, e as regiões, na verdade, serviram para fortalecer esse ou aquele Partido que tinha controle sobre o Orçamento Participativo, e assim ficou.

Eu acho que deveríamos partir para novamente tentar fortalecer a área de planejamento do Município. Nós tínhamos que fazer com que a Secretaria de Planejamento do Município pudesse novamente liderar, através de técnicos competentes, o crescimento da Cidade. Não é justo, por exemplo, Verª Sofia Cavedon - e elogiei V. Exª agorinha mesmo pelo seu pronunciamento -, que, entre uma escola e uma cancha de bocha, as pessoas optem pela cancha de bocha, como já aconteceu dentro do Orçamento Participativo, deixando a escola de lado. Eu acho que seria muito melhor que um técnico do planejamento indicasse os caminhos pelos quais o Município realmente poderia crescer com maior segurança.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, o Requerimento nº 071/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 21 votos SIM e 08 votos NÃO.

 

A SRA. MARIA CELESTE (Questão de Ordem): Sr. Presidente, quero entregar-lhe em mãos o Ofício da denúncia que fiz há pouco da tribuna.

 

(É feita a entrega do documento.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3510/08 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 029/08, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao Grêmio Sargento Expedicionário Geraldo Santana.

 

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 27-08-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PR nº 029/08. (Pausa.) O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir o PR nº 029/08.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, nobres Vereadores, só quero aqui, de público, dizer da minha honra, da minha satisfação de poder propor este prêmio ao Clube Geraldo Santana, um clube que está plenamente inserido na sociedade porto-alegrense, acolhendo todos os tipos de pessoas da nossa Cidade. Só queria fazer este registro e agradecer, com certeza, o apoio dos nobres colegas. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para encaminhar a votação do PR nº 029/08.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, o Ver. João Antonio Dib me perguntou onde fica o Clube. Eu acho que fica no Partenon, Ver. João Antonio Dib! Se V. Exª quiser ir comigo até lá, posso lhe mostrar; quem sabe almoçamos lá? E toda a entidade, e fala aqui alguém que faz parte do Sindicato dos Engenheiros, do Sindicato dos Eletricitários, da Sociedade de Engenharia, na época eu era do Sindicato dos Professores, e assim por diante. Digo isso, Ver. José Ismael Heinen, para dizer que sou eminentemente uma pessoa que gosta de reforçar as entidades coletivas, que acredita no trabalho coletivo, que assim nós todos somos muito mais fortes, em primeiro lugar, e ultrapassamos aquele sentimento que é natural do ser humano, do trabalho individual, do egoísmo - quando a gente nasce isso é natural, até pela defesa de sua vida -, e vai num passo adiante desse trabalho coletivo. Então, toda a entidade que avança, que chega aos 60 anos, merece um registro e uma homenagem desta Casa. Esta Casa deve aprovar o Requerimento do Ver. Ismael Heinen.

Quero registrar que houve um período na História do Brasil em que nós tivemos, de fato, muita dificuldade com os militares do nosso País, e sabemos bem por quê. Mas também sabemos que isso está superado. Depois que nós voltamos à vida democrática, e isso já faz, felizmente, um longo percurso na nossa história, se percebe que não há nenhum risco, neste momento, para a vida democrática no País; então, a nossa diferença também com os militares desapareceu. Hoje, nós hoje temos orgulho do nosso Exército, da nossa Marinha, da nossa Aeronáutica, ou seja, das nossas Forças Armadas. Temos orgulho pelo trabalho que fazem em defesa da Nação, e muitos outros trabalhos pelo País. Portanto, trazemos o nosso voto favorável a esta homenagem proposta por Vossa Excelência. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PR nº 029/08.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu, como todos os Vereadores da Casa, votarei favoravelmente. Até depois irei com Ver. Guilherme Barbosa, que me convidou para mostrar onde fica o Clube Sialitos outros trabalhos pelo Pa, na Rua Luiz de Camões, ali ao lado da Igreja Santo Antônio, porque eu sei que lá no Clube Geraldo Santana tem um bar muito bom, e ele vai me oferecer um refrigerante. Vou tomar um refrigerante com ele, porque, evidentemente, ele é que vai me levar de automóvel, pois eu não dirijo e ele não pode beber outra coisa, e vai ser um refrigerante. Mas em tipo de homenagem como esta não dá para vincular o Exército Brasileiro e a Revolução. O Geraldo Santana é um Clube que tem ex-militares, que tem militares, e que tem civis, que nunca foram militares. Portanto, o Ver. Ismael Heinen pretendeu homenagear um clube que é do seu coração; tem mérito, tem o nosso apoio e a nossa solidariedade. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não há mais quem queira encaminhar. Em votação nominal, por solicitação da Verª Sofia Cavedon, o PR nº 029/08. (Após a apuração nominal.) APROVADO por 27 votos SIM.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor, relator e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 5097/08 – RECURSO – Apresentado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, de decisão proferida pelo Sr. Presidente da CUTHAB, de negar provimento ao pedido de diligência relativo ao PLCL nº 006/08 - PROC. Nº 2486/08.

 

Parecer nº 282/08:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila, no qual consta a seguinte conclusão:

“...

Deste modo, no caso em tela, efetivamente, aplica-se o art. 81 da Lei Orgânica, Lei Maior deste Município, que estabelece que decorrido o prazo de trinta dias do recebimento de quaisquer proposições em tramitação na Câmara Municipal, seu Presidente, a requerimento de Vereador, mandará incluí-las na Ordem do Dia, independente de parecer.

Pelo exposto, manifestamo-nos pela negativa de provimento ao recurso interposto.”

 

Observações:

- votação nos termos do art. 99 do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 27-08-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Casa passa a enfrentar Recurso apresentado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores sobre a decisão proferida pelo Sr. Presidente da CUTHAB, que negou provimento ao Pedido de Diligências relativo ao PLCL nº 006/08 - Processo nº 2.486/08. Srs. Vereadores, todos, com certeza, têm compreensão da matéria, mas quero apenas fazer um breve relato. A Verª Margarete Moraes, juntamente com o Ver. Todeschini, fez um Recurso a esta Presidência de uma negativa proferida pelo Ver. Elói Guimarães sobre um Pedido de Diligências. Ela fez um Pedido de Diligências, o Ver. Elói entendeu de negar, e ela fez um Recurso. O Presidente recebeu no seu efeito suspensivo e devolutivo e deu um prazo de 48 horas para que a Comissão se manifestasse. O Parecerista desta matéria foi o Ver. Nereu D’Avila. Todos os senhores já devem ter recebido o devido Recurso, portanto, a matéria vem à votação. Assinam o Recurso a Verª Margarete Moraes, a Verª Maria Celeste e o Ver. Carlos Todeschini. Em se tratando de um Requerimento, as Bancadas, os autores e o Relator da matéria estão devidamente qualificados para encaminhar.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso apresentado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quando do debate em torno deste Requerimento, Sr. Presidente, eu me dirigi a V. Exª dizendo-lhe que a atitude tomada era inteligente, sensata e correta. Eu acho que, agora, colhemos os frutos e vamos votar. Na realidade, eu entendo que o art. 81 tem precedência, porque é Lei Orgânica, e deve ser aprovado o Parecer. Mas eu vivi um momento inédito; eu estava no meu gabinete, atendendo a uma necessidade, e recebi um telefonema pedindo que eu estivesse presente, para garantir o quórum neste plenário.

Eu nunca precisei que me pedissem para vir ao plenário, porque eu sempre venho para o plenário no início das Sessões e saio no final. Eu ter recebido esse telefonema me magoou profundamente, mas, de qualquer forma, a mágoa não fez com que eu deixasse de vir ao plenário.

Também entendo, Sr. Presidente, que a votação desta matéria tem que ser muito bem cuidada: não pode haver precipitação, porque a população, ainda que tenha havido uma Audiência Pública e os presentes, na maioria, se manifestaram favoráveis ao Projeto...Eu acho que se nós adiarmos o Plano Diretor... Recebi hoje um e-mail,­ reclamando que um Projeto de 2001 não havia sido votado! Eu queria dizer que sempre fui contrário ao art. 81, mas respeito a Lei Orgânica. Eu acho que é uma votação precipitada; é bom cuidar do que vai acontecer! Eu não quero que depois surjam ilações e manifestações desagradáveis. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso apresentado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Exmo Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Vereadoras e Vereadores, estamos votando um Recurso muito importante, que diz respeito ao futuro da cidade de Porto Alegre. Quero relembrar a toda Casa, Ver. Brasinha, que, com muito bom senso, com muita sabedoria e muita ética, os Vereadores desta Casa resolveram não votar a revisão do Plano Diretor antes das eleições por várias razões: para não viciar o processo, e, sobretudo, para compreender melhor o processo do Plano Diretor, porque a revisão do Plano Diretor diz respeito à revisão urbanística de toda a cidade de Porto Alegre.

Então, quero perguntar: por que a pressa? Por que esse drama de quem está sempre ali na Mesa, tentando pressionar o Presidente? Por que essa verdadeira obsessão para votar o Pontal do Estaleiro antes das eleições? A população de Porto Alegre está assistindo a este programa e deve pensar, refletir sobre essa pressa. Um Pedido de Diligências é um instrumento legal e regimental, como diz o Ver. João Antonio Dib, e é um dever do Legislativo fiscalizar a Prefeitura de Porto Alegre, fiscalizar os projetos, sempre que houver dúvidas. E não há nenhuma dúvida de que haverá um grande impacto urbanístico na Cidade, na infra-estrutura urbana, social, cultural e ambiental.

Existem outros empreendimentos que foram realizados de forma adequada e que nós saudamos. O Museu Iberê Camargo, do meu ponto de vista, é uma obra de arte internacional que eleva o nome de Porto Alegre. São obras importantes, como o BarraShopping, que apresentou contrapartida para a cidade de Porto Alegre, alargando a Av. Diário de Notícias, embora seja insuficiente já para aquela Região. Existe a necessidade da execução de obras de proteção às cheias, de diques, de estações de bombeamento. Segundo o art. 245 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, a orla - da Usina até o Estaleiro - pertence às Áreas Especiais de Interesse Cultural. E esse Projeto não se refere, ignora, despreza a preservação arquitetônica ou paisagística na nossa Cidade. O Governo Municipal tem o dever ético, o dever moral de prestar informações à cidade de Porto Alegre, e, por isso, o Pedido de Diligências ao Governo, para que proceda às diligências e nos mostre quais são os resultados desse empreendimento. O Pedido de Diligências, nesta Casa, em segundo lugar, precede o art. 81. Nós pedimos antes as diligências. Nós não podemos cometer essa falcatrua nesta Casa!

Outra questão: os dois pareceristas da CUTHAB e da CCJ são co-autores da proposição, e, se não fosse por razões éticas, seria por razões legais: é vedado pelo art. 47 do Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, aprovado pelos Vereadores e pelas Vereadoras. O pedido de vista da CCJ, assinado pelo Vereador membro da CCJ, Marcelo Danéris, recebeu exíguo prazo de duas horas de decisão. Isso também afronta o art. 48 desta Casa, que dá sempre - isso é da tradição desta Casa - 24 horas!

Então, pelos erros, Vereadores e Vereadoras, eu peço que reflitam, sem conotação partidária, pelos vistos formais, mas também pelo mérito do Projeto; e é dever dos Vereadores. Nós somos eleitos para isso, nós recebemos do Erário Municipal para fiscalizarmos o Executivo - para fiscalizarmos, Ver. Brasinha! Nós temos que exercer a nossa função, nós somos eleitos para isto: para fiscalizar, para querer saber e para entender melhor quais as soluções propostas para aquele espaço que fica na beira do rio. Com tantas pessoas morando lá, vai aumentar o número de pessoas, de carros, e já está insuportável de se chegar à Zona Sul hoje, e os Vereadores desta Casa estão propondo.... Por que o Prefeito Fogaça não assinou, Ver. Brasinha? O Prefeito Fogaça não assinou, devolveu para vocês, devolveu para os Vereadores assinarem. Por isso que eu peço que este Recurso, Ver. Bernardino, seja aprovado, em nome da ética, em nome da transparência, do exercício da boa função do legislador em Porto Alegre. Muito obrigada, Ver. Sebastião Melo.

(Não revisado pela oradora)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso apresentado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, demais pessoas que nos acompanham, eu lamento muito quando eu vejo alguém achar que concreto e parede é desenvolvimento! Ver. Brasinha, V. Exª é expert em planejamento urbano, nós sabemos, mas essa é uma visão equivocada de desenvolvimento.

Eu começo perguntando - e eu sou um opositor dos mais duros, V. Exª sabe - por que o Prefeito José Fogaça, depois de o Projeto tramitar um ano no Executivo Municipal, Ver. Beto Moesch, decidiu não encaminhar à Câmara este Projeto? Porque ele pretende modificações muito grandes naquele local da Cidade. Repito: modificações muito grandes. Os empreendedores participaram de um leilão, conhecendo o regime urbanístico para a área, os vendedores eram uns funcionários da empresa falida, venderam por R$ sete milhões, tiveram um valor muito menor do que eles tinham direito como compensação trabalhista, e depois que um grande grupo de empreendedores compra a área, ele quer que o Município lhe dê 50% a mais de possibilidade de construir, o que vai dar um lucro muito maior do que 50%; mais que o dobro. Só que, em primeiro lugar, esse acréscimo de lucro não vai para aqueles que eram os donos da área. Em segundo lugar, é um local especialíssimo: compreende toda a nossa Orla, desde o Gasômetro até exatamente o Estaleiro Só, que é uma Área de Interesse Cultural. Portanto, é um espaço que todos da Cidade devem usufruir. Haverá um espaço aberto, que, inclusive, é obrigado por lei, ou seja, todo loteamento tem que deixar 35% de área para o Município. Só que os apartamentos lá, os imóveis, serão caríssimos. Só pessoas de alto poder aquisitivo irão poder comprar esses imóveis. Portanto, vai haver câmeras de controle, guarda-armada, o que vai constranger todo mundo. Não sei se V. Exª tem um barco? Eu não tenho. Vai ser difícil. Quem é que tem barco, Ver. Brasinha? Eu lamento que V. Exª, que vem do povo, esteja fazendo uma defesa para os muito ricos da Cidade. Claro que nós queremos isso, mas não naquele espaço. É um Projeto muito bonito, mas não para aquele lugar. E nós ficamos muito preocupados: por que a pressa?

Nesta Casa há um Projeto de reformulação do Plano Diretor, e, por maioria, por expressiva maioria, se decidiu votar esta reformulação do Plano Diretor depois da eleição. Esse Projeto deveria estar dentro da reformulação do Plano Diretor. Por que veio fora? Por que está fora, se o Plano Diretor, como um todo, vai ser votado depois da eleição? Por que este está fora da reformulação do Plano Diretor? Por quê?

Na verdade, o caput do Projeto - não é o mérito que se quer, porque o enquadramento deste Projeto já está definido no Plano Diretor - ele quer é aumentar o índice construtivo; ele quer é poder construir uma parede de concreto. Quem estiver na esplanada, não enxergará mais o morro. Não enxergará mais o morro! Uma parede de concreto será construída na beira do Guaíba. É um impacto ambiental muito grande, um impacto de trânsito muito grande.

Então, o nosso Pedido de Diligências era exatamente para nós conhecermos esses estudos. Pela primeira vez, esta Casa vai negar um Pedido de Diligências! Pela primeira vez! Que pressa é essa?! Que pressa é essa?! Nós queremos conhecer os estudos! Pela primeira vez. E quem deu o parecer na CCJ? Um dos que assinam o Projeto: Ver. João Carlos Nedel. Quem deu o Parecer na CUTHAB? O Ver. Elói, que assina o Projeto, e depois o Ver. Nereu, que negou o Recurso. Absolutamente ilegais! Impedidos! Deviam ter um pouco de pejo e serem impedidos de dar esses Pareceres!

Este Projeto todo está muito suspeito! As pessoas já falam aí fora que de vez em quando o Sinduscon... O erro do Ver. Beto Moesch “foi botar todo mundo no mesmo saco”. Mas de vez em quando o Sinduscon manda.

Eu quero inclusive cumprimentar a pessoa que circula por aqui, porque manteve o quórum hoje. Parabéns! As pessoas deixaram de fazer campanha hoje, e estão aqui - muita força tem nisso aí! Mas, então, por todo esse processo, é lamentável! E quando escuto alguém dizer que, naquele local, parede, concreto... E olhem, aqui está um Engenheiro que sabe a importância da construção civil; que naquele local concreto é progresso?! É de chorar que uma pessoa assim esteja aqui na Câmara de Porto Alegre! Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

 O SR. BETO MOESCH: Quero solicitar que se retire essa manifestação final de que eu “coloquei todo o mundo no mesmo saco”, porque é uma questão de interpretação, que não pode ser usada em tribuna. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registrada a sua posição, Vereador.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso apresentado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, com toda a certeza, sempre que nós temos um empreendimento nas proximidades do Guaíba, nós todos ficamos na obrigação de estudar, com maior profundidade, as transformações que esse empreendimento irá causar em nossa Cidade. Ver. Guilherme, V. Exª é um homem sábio, inteligente, bastante culto - é uma pena que V. Exª não se candidate para continuar aqui na Casa, porque V. Exª realmente é um daqueles que tem opinião abalizada -, mas o Partido de V. Exª aprovou quatro torres de 23 metros ali no BarraShopping - é ali nas proximidades, bem nas proximidades -, e eu não ouvi, naquela oportunidade, esses discursos com relação àquelas quatro torres do BarraShopping.

Eu até quero dizer, Ver. João Dib, que ainda estou estudando o projeto chamado Pontal do Estaleiro, ainda estou num processo de estudo. Mas o que nós estamos votando aqui, hoje, a votação que nós estamos fazendo neste momento não é se nós vamos aprovar ou não aquele empreendimento. Ver. Garcia, esta votação hoje é com relação a se nós vamos cumprir ou não o nosso Regimento. Esta Votação é com relação ao Regimento Interno da Câmara de Vereadores, meu amigo Beto Moesch; nós não estamos votando um empreendimento. Houve um Pedido de Diligências. O Pedido de Diligências se faz exatamente no seio de uma Comissão. Não pode ser em outro local, tem que ser dentro de uma Comissão. Não adianta um Vereador, por exemplo, vir pedir diligências para a Mesa Diretora, porque quem pode decidir sobre a diligência é a Comissão. Normalmente, Ver. Dib, quem define a diligência, se sim ou não, é o Presidente da Comissão, porque é o Presidente da Comissão que defere ou indefere o pedido de Comissão. Só que, se porventura o Presidente da Comissão indeferir, cabe então, Ver. Goulart, o Recurso, não ao Plenário, mas o Recurso dentro da própria Comissão, porque é lá, na Comissão, que se deve decidir se a diligência deve ser dada ou não. Não é fora da Comissão, porque senão nós estaremos alterando completamente o nosso Regimento. O nosso Regimento não permite que a diligência seja solicitada, Ver. Haroldo de Souza, para o Presidente da Mesa Diretora, que é a autoridade máxima que temos aqui na nossa Câmara de Vereadores, este ano representada pelo Ver. Sebastião Melo. Mas não é o Ver. Sebastião Melo que pode receber o Pedido de Diligências e se manifestar favoravelmente ou contra, nem a Mesa Diretora; é só lá na Comissão, de acordo com o nosso Regimento. É só na Comissão que se define o Pedido de Diligências, se sim ou não.

Nós temos um uso na Casa que já vem de muito tempo, já que o Regimento Interno é omisso em relação a isso, e o Presidente da Comissão defere ou indefere. Agora, é claro - e nós já utilizamos na nossa Comissão de Orçamento -, quando o Pedido de Diligências está na Comissão de Orçamento, se há negativa do Presidente, então, aí, se reúne a Comissão e se vota dentro da Comissão, porque é lá que tem que ser decidido se segue a diligência ou se ela não segue, porque senão, em cada caso, nós vamos estar ferindo o nosso Regimento Interno para poder satisfazer este ou aquele lado, e eu acho que o Regimento deve ser defendido por todos nós, é a nossa Constituição, assim como também é a Lei Orgânica do Município. Tanto a Lei Orgânica do Município como o Regimento Interno devem ser defendidos por todos nós.

Temos que ter consciência de que não estamos votando aqui, neste momento, o empreendimento Pontal do Estaleiro. Estamos votando, hoje, aqui, exatamente se vamos defender o nosso Regimento Interno ou não. No Regimento diz que quem decide sobre diligências é a Comissão, somente na Comissão pode ser pedida a diligência, e somente a Comissão é que pode realmente decidir se vai dar ou não seguimento àquela diligência. Então, é isso que estamos decidindo exatamente neste momento.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso apresentado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, é muito pouco, Ver. Braz, se apegar a uma interpretação do Regimento para justificar uma leviandade que esta Casa está à beira de fazer. Por que digo que é leviandade? Porque não é possível os Vereadores entenderem que para dar um andamento melhor, é possível dar andamento e votar um Projeto pelo art. 81! Falo para V. Exas e falo para o público que nos assiste, que o art. 81 é uma votação sumária. Este Projeto do Estaleiro Só sai da Comissão de Constituição e Justiça, ou no máximo na CEFOR, e vem para Plenário. Encurta-se o debate de uma área que se localiza, Ver. Beto Moesch, numa área de preservação ambiental, é a nossa orla, uma área que está prevista não por este Plano Diretor, pelo anterior ainda, como Área de Interesse Cultural, antes era de Interesse Social, havia um outro termo que agora não me ocorre, ou seja, uma área que tem que ter todo um cuidado, que tem que ter estudos, Verª Margarete, do impacto cultural, social, ambiental, de trânsito, etc.

Ora, esta Casa, diante da pressa, diante da inexistência de análises técnicas sérias, o mínimo que pode fazer é pedir uma diligência, Ver. Dib, não importa se é dentro da Comissão, se é fora da Comissão; o Governo Municipal tem que se posicionar! A Casa já cometeu um erro de origem, aceitando um Projeto que claramente, pelo Plano Diretor, tem que ser de origem do Executivo, que é para votar empreendimentos de impacto de segundo nível; está explícito no Plano Diretor! A Casa faz uma irregularidade atrás da outra. Eu não digo toda a Casa, porque são alguns, uma maioria de Vereadores, são uns 19, aparentemente, que querem votar de forma sumária: na beira do Guaíba, e inaugurar! Falo para a população, porque, depois, como é que vamos dizer não a Ipanema, a Lami, aqui para a beira do Guaíba, para cá da Usina; como dizer não a edifícios com moradia? Como dizer não, depois, a outros proprietários, para 19, 20 andares, paredões diante do Guaíba, se nós liberamos no Estaleiro Só, Ver. Braz? A Casa faz isso, empurrada por Vereadores, levianamente, sem pareceres. E eu digo o porquê: nós fizemos pedido de capa a capa do processo, que tramita há alguns anos, e que tem dois ou três projetos para aquela área da Prefeitura, cujos pareceres da Secretaria são protocolares e repetem que aquilo é uma área de Interesse Cultural, e repetem que é uma área de Preservação Ambiental, mas não tem estudo aprofundado. E mais grave: os pareceres indicam mudança de lei, Ver. Todeschini, eu nunca vi isso na minha vida: a SMAM escrever que aquilo é uma área de preservação, que tem de cuidar, que uma nova lei tem que ser feita para aprovar o Projeto com nome de autor de iniciativa privada! E aí a Casa se presta, em um Projeto de tamanha delicadeza, inaugura uma nova postura perante a orla, a fazer o rito sumário, a não aceitar um Pedido de Diligências. Será que nós temos que nos pegar ao protocolar, Ver. Braz, diante de tanta dúvida? Porque a pergunta é a seguinte: onde estão as medidas mitigatórias? Onde está o Estudo de Impacto Ambiental? Quais são as contrapartidas sociais de um empreendimento como esse? Se é permitido o Solo Criado na beira do Guaíba? E a expressão na Lei é a seguinte, Ver. Dib: é Solo Criado Adquirido do Município. Portanto, é possível, na área destinada a ser pública, que o próprio empreendedor adquira do Município ali e diminua a área pública. Isso é vago, porque nós não temos noção. Então, aprovar algo assim, eu chamo de leviano! Eu acho que nós deveríamos aceitar a diligência, e o Governo Municipal precisa instruir este Parlamento, uma vez que ele se omitiu em enviar o Projeto de Lei - se era do seu interesse, porque parece, pois é a base do Governo que está aqui votando açodadamente este Projeto.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso apresentado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu venho a esta tribuna encaminhar e, ao mesmo tempo, responder ao Ver. Guilherme Barbosa. Ver. Guilherme Barbosa, tenho muito orgulho de estar aqui nesta Câmara, representando os 4.883 votos que eu fiz, e tenho certeza absoluta, Vereador, mesmo não tendo o canudo, não tendo o diploma que V. Exª tem, mas eu quero o crescimento da Cidade, eu quero o desenvolvimento da Cidade. Eu gostaria de saber se V. Exª teve toda essa atitude quando vocês permitiram que fizessem o BarraShopping com 23 andares? Isso, sim, eu queria saber - V. Exª era Secretário, era no Governo Raul -, e aí V. Exª vem dar uma aula de moral aqui? Vereador, quero dizer a V. Exª que eu continuarei com a minha convicção, sou favorável ao crescimento da Cidade, e a Cidade tem que crescer, porque a gente só acha bonito em outras cidades, em outras metrópoles; Porto Alegre não cresce. Nós não podemos permitir isso! Eu quero votar, sim, este Projeto, porque eu vejo crescimento, vejo emprego, vejo também o imposto que a Prefeitura vai arrecadar, isso é importante. Nós queremos desenvolvimento para Porto Alegre! Então, Ver. Guilherme Barbosa, é isso que eu teria a dizer para V. Exª, dizer que eu sou favorável ao crescimento. Isso é bom para nós, isso é turismo, isso é tudo para nós: vem uma empresa grande construir! Querem fazer a mesma coisa que fizeram com a Ford? Mandaram a Ford embora, e agora querem mandar embora quem vai construir?! Vamos trazer mais empreendimentos para Porto Alegre! Obrigado, senhores.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso apresentado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o que está em discussão, neste momento, não é o mérito do Projeto; o Ver. Dib estava colocando exatamente essa questão. Eu quero retomar a partir da discussão do Regimento desta Casa.

Eu lamento muito ter percebido que este Recurso, que foi concebido de forma regimental pela Presidência da Casa, esteja sendo questionado, porque o próprio art. 99 do Regimento Interno diz claramente que (Lê.): “O Recurso é um meio de provocar no Plenário a modificação da decisão tida como desfavorável por ato da Mesa, da Presidência ou das Comissões”, Ver. Luiz Braz.

Então, a discussão que o Partido dos Trabalhadores faz neste momento é legitimamente embasada no art. 99 do Regimento desta Casa, sim.

Agora, me parece que a proposta que foi colocada a partir da decisão da negação deste Recurso da Diligência pelas Comissões, aí nós estamos com problemas. Por quê? Porque o art. 47 - e houve inclusive na CCJ uma contestação do Ver. Marcelo Danéris em cima desse artigo que diz (Lê.): “Recebida a proposição, o Presidente da Comissão designará o Relator dentre os membros da Comissão” - mais ainda - “A designação dos Relatores obedecerá ao critério de rodízio, não podendo atuar como Relator o autor da proposição, ou Vereador que tenha relatado o processo por outra Comissão”.

Então, nós temos aqui, imediatamente, de fato, uma quebra do Regimento desta Casa, uma vez que os autores, pareceristas deste Recurso, da CUTHAB e da CCJ, os Vereadores Elói Guimarães e Nereu D’Avila, são autores do Projeto. Sendo autores do Projeto, como é que eles vão relatar este Recurso e dar um Parecer, inclusive contrário? Por isso nós estamos aqui, agora, no Plenário, discutindo esta questão, porque o art. 47 do Regimento, Ver. Luiz Braz, foi, sim, de fato quebrado; foi, sim, desrespeitado. Mais do que isso, na pressa, no afã de votarmos um Projeto que deveria ser de ordem do Executivo, veio para esta Casa, como autoria dos Vereadores, nessa pressa que nós estamos colocando agora, neste momento, caem sob suspeição todos os Vereadores desta Casa. Já fomos, inclusive, acusados de estarmos tutelados ao Sinduscon desta Cidade. Isso é uma desmoralização para esta Casa, isso é uma desmoralização para os Vereadores e Vereadoras desta Casa, por estarmos submetidos a uma lógica desse jeito. E mais do que isso: agora temos a comprovação, sim, de que há interesses, porque o Ver. João Dib disse na sua fala que recebeu telefonemas para que se tenha quórum na Sessão de hoje, para podermos votar este Recurso. Isso, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, para mim, é lamentável! É lamentável que alguns Vereadores se submetam a essa lógica colocada, e toda a Casa seja desvalorizada por essa interlocução, por essa fala, por esse jeito de fazer política na Cidade. Portanto, eu não vou discutir o mérito do Projeto, neste momento; não vou discutir o mérito. Nós estamos discutindo o Recurso, Ver. João Antonio Dib, e o Recurso está, sim, sendo colocado no plenário corretamente pela Presidência desta Casa. Agora, o art. 47 foi desrespeitado, uma vez que os pareceristas não poderiam estar dando Parecer sobre este encaminhamento, este Recurso da Bancada do Partido dos Trabalhadores.

Nunca, nesta Casa, uma Diligência foi negada em qualquer outro tempo; eu estou aqui há oito anos. É a primeira vez que eu vejo uma Diligência ser negada. Por quê? Qual é o medo de ter o Parecer da Secretaria pertinente ao tema? Qual é o medo que se tem que o Prefeito não enviou Projeto para esta Casa? Nós queremos saber a opinião do Prefeito Fogaça, das Secretarias sobre este Projeto tão importante para a Cidade de Porto Alegre, e nos causa, inclusive, estranheza todas essas manobras que estão sendo feitas no plenário no dia de hoje. Obrigada, Sr. Presidente.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero lembrar aos Senhores Vereadores, antes de passar a palavra ao Relator da matéria, que, logo em seguida à votação deste Recurso, nós temos dois títulos de Cidadãos para serem votados. Então, peço aos Senhores que, logo em seguida, possamos enfrentar esta matéria rapidamente.

O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso apresentado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda do Terceiro Reich, concebeu algo que ainda funciona até hoje: “A mentira repetida mil vezes pode tornar-se uma verdade”. Eu digo daqui que, pior do que uma meia-verdade, é uma mentira. Então, a Vereadora que me antecedeu cometeu estes dois erros: o do Goebbels e o da meia-verdade.

Em citando o meu nome, tocou no vespeiro. Não tenho usado a tribuna até porque não tem havido necessidade, nem a Liderança tenho exercido. Mas o Regimento a que ela se referiu não é o Regimento desta Casa; pode ser o Regimento lá de Cacimbinhas. O Regimento desta Casa diz, no “Capítulo II - Da Tramitação”, senhoras e senhores leigos que poderão assistir, eventualmente, o Canal 16. E o Regimento é a Lei desta Casa; o art. 101 diz: (Lê.) “As proposições deverão ser apresentadas ao protocolo da Câmara” E no seu § 3º diz (Lê.): “É considerado autor da proposição o primeiro signatário, sendo de apoiamento as assinaturas que se lhe seguirem”.

Ora, a minha assinatura estava em 20º lugar, quando foi apresentado este Projeto, possivelmente em 20º lugar ou coisa que o valha. Aí pergunto para qualquer pessoa que tenha dois neurônios somente, não precisa muito: quem está lá em baixo é apoiador ou signatário, se o Regimento diz que apenas o primeiro é considerado o autor? Então, tem que distinguir quem apóia e coloca sua assinatura, e quem é autor. E de mais a mais, que eu conheça, nesta Casa - e estou aqui há muitos anos -, nunca vi 20, 16, 18, 22 ou 25 serem autores; tenho visto - é verdade -, constar no espelho, como autores, dois, até posso admitir três, não me lembro, mas dois eu vejo, Fulano e Beltrano, Vereador tal e Vereador tal, como autores.

Então, houve uma combinação de Vereadores em determinada matéria. Cito o que eu me lembro no momento: o Ver. Haroldo de Souza e a Verª Margarete Moraes em relação à autoria da matéria de não haver propaganda nos postes, se não estou equivocado. Estou certo? Estou certo. Então, houve uma combinação dos dois Vereadores no sentido de que entrariam com a situação que, aliás, foi aprovada. É um grande Projeto, uma grande Lei, a Cidade agradece. Então, aí, houve uma combinação de autoria. Mas o Regimento é claro, apenas o primeiro signatário é considerado autor.

Então, vir aqui, dizer que “os Vereadores tal e tal estão contrariando o Regimento e misturando as coisas...” Nós não estamos, aqui, discutindo o mérito do Pontal do Estaleiro, que é um dos grandes Projetos. Aliás, a Vereadora, que era Presidente, nos convidou e nós fomos olhar o Estaleiro. Ela estava lá, e o Ver. Adeli, e elogiaram, junto com outros Vereadores. Não foi o meu caso. Não usei a palavra, lá. E ela ficou encantada com o Projeto Pontal do Estaleiro. Agora vem aqui, com as eleição às portas, fazer demagogia para a Cidade. Eu fui lá, a convite de S. Exª a Presidenta Maria Celeste, visitar o Pontal do Estaleiro. Agora, mudou o discurso. Mas eu não mudo o meu discurso, eu não fiz apologia e nem “puxei o saco” dos proprietários que estavam lá. Não, eu me encantei com o Projeto, porque ele é bom para a Cidade. E vamos acabar, aqui, com esta história de demagogia, de querer fazer média com o eleitorado. Na verdade, vai ser um grande investimento para Porto Alegre, como é o BarraShoppingSul, como foram os outros shopping para o desenvolvimento econômico da Cidade. Mas não está em discussão, neste momento, nem o mérito e nem o Parecer deste Vereador. O que está em discussão e será votado dentro em breve é o acolhimento ou não do Recurso de ganhar tempo de “embananamento” do Projeto por linhas tortas, de demagogia barata, que querem jogar através de um Recurso de Diligências mais três meses para o Executivo. E o Regimento diz que ao Presidente da Comissão, sim, ao Ver. Elói, é a quem caberia a decisão do Recurso, nem ao Presidente da Casa cabia. Mas, é claro, que o PT pode tudo; pode tudo e sempre quer ter razão, mas a população conhece esse discurso. Então, nós vamos votar, dentro em pouco, se aceitaremos ou não o Recurso do Partido dos Trabalhadores. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Verª Maria Celeste, não posso lhe conceder a palavra, porque nós estamos em processo de votação, e o encaminhamento faz parte do processo de votação. Tão logo termine a votação, eu concederei a palavra a Vossa Excelência.

O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso apresentado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, muito querido Ver. Sebastião Melo, que tem conduzido com tanta clareza e nitidez os nossos trabalhos; vou dividir a minha fala em dois momentos. No primeiro momento, eu espero que a Verª Sofia Cavedon reflita sobre as palavras ditas aqui, neste sagrado local, e retire do seu pronunciamento que esta Câmara é leviana. A Câmara de Vereadores de Porto Alegre é um dos maiores órgãos republicanos que já existiu! Um dos maiores órgãos de defesa do povo! Jamais leviano! Retire, por favor, a palavra “leviana”, Vereadora! Não use isso! Use contra um ou outro Vereador que V. Exª pegue em algum tipo de ilicitude, mas não chame a Câmara, sagrada Câmara, de leviana! V. Exª teve azar quando falou, V. Exª se exaltou, perdeu o controle, e nos chamou a todos de levianos! Nós não somos levianos! A Casa não é leviana! Espero que V. Exª retire do seu pronunciamento a palavra que caracteriza a Câmara de Vereadores como leviana. Dos Vereadores V. Exª pode dizer.

Segundo momento: eu também acompanhei o Vereador, quando a Verª Maria Celeste nos convidou para ir ao Pontal do Estaleiro. E lá, no Pontal do Estaleiro, a Verª Maria Celeste não achou ruim, achou bonito, achou bom! Nós conversamos sobre isso. Então, me causa um espanto imenso que agora não possa acontecer um projeto magnânimo, um bom projeto para o Rio Grande do Sul, porque a sua Capital estará comparada às grandes capitais, como Dubai, Paris e outros locais.

Então, eu fico perplexo de ver que não podemos seguir adiante com o crescimento da Cidade!

Ainda há pouco mandaram a Ford embora de Guaíba! E vocês viram o desastre que foi isso para a economia de Guaíba?! Um desastre imenso! E agora a gente não pode construir um projeto que não é grande, não é bonito, mas dá milhares de empregos, vai dar bastantes impostos, vai ser muito bom para a Cidade. Eu não entendo por que colocaram sob suspeição tudo isso a toda hora; Porto Alegre vai crescer com isso.

A Verª Sofia Cavedon, a quem eu respeito, de quem eu gosto muito, num determinado momento chamou a Câmara de leviana, chamou os Vereadores de levianos, e todos os senhores estavam aqui e ouviram junto comigo; está anotada essa palavra. A palavra leviano é uma palavra muito forte para dizer para os colegas; é uma palavra que a gente não merece ouvir, pelo desespero do trabalho que fazemos, dia e noite defendendo o povo de Porto Alegre, dia e noite defendendo os direitos de ir e vir das pessoas, o sofrimento e a dor, e depois sermos chamados de levianos.

Retire, Excelência! V. Exª que teve belos discursos, bons momentos pela Educação aqui nesta tribuna, chama, mais de uma vez, a Câmara e seus Vereadores de levianos. Eu gostaria que isso retrocedesse para que a gente se sentisse mais à vontade em trabalhar juntos, porque não somos levianos, Excelência! Cada um tem o seu pensamento, a sua maneira de ver a beleza ou a feiúra do mundo, mas leviana é tudo o que V. Exª não pode dizer da brava Bancada do PTB, por exemplo.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero registrar, prazerosamente, a presença do querido jornalista Armando Burd que nos honra com sua presença. (Palmas.)

O Ver. Elias Vidal está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso apresentado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste em suas residências pela televisão, quero dizer que este Vereador do PPS vem à tribuna para registrar que é a favor do empreendimento do Pontal do Estaleiro.

O que me entristece - e faço minhas as palavras do Ver. Brasinha, que me antecedeu, que é a favor, como o Ver. Dr. Goulart - é que o PT governou esta Cidade por 16 anos e eles abandonaram a orla do Guaíba. Eu acho que com o que eles concordam, o que eles querem é uma orla de lixo, de mosquito, de dengue, de sujeira, de arroios que deságuam no Guaíba sem tratamento, sem o cuidado adequado. Então, senhores, eu acho que nós precisamos rever isso, porque, como falou aqui o Ver. Brasinha, eu também estive, como os senhores, em outras cidades, e a gente sempre menciona as outras cidades como referência. Agora vem um empreendimento de quase 200 milhões para esta Cidade, que vai gerar, na construção, 850 empregos, e na manutenção vai gerar 350 empregos. Quanto de IPTU, quanto de ITBI vai gerar? Então, senhores, isso é desenvolvimento. O que os senhores querem? Deixar a orla como já está há décadas à mercê do tempo, de uma forma desleixada, de uma forma relaxada, um divórcio da Cidade para com o Guaíba. Acredito que esse empreendimento vem dar a valorização adequada ao rio Guaíba, à orla. Nunca tivemos um empreendimento desse porte para com o rio. Então, acho que é um desrespeito para com a Cidade.

Então, como falaram aqui alguns Vereadores que me antecederam, nós precisamos rever o conceito de desenvolvimento com equilíbrio. Isso aí é “história para boi dormir”, falar que os empreendimentos vão abrir uma porta para que outros possam fazer. Bom, se nós pensarmos em diversas cidades que tem neste País, na orla, como Copacabana, como Camboriú, a própria Florianópolis, as pessoas abandonam Porto Alegre nas férias e vão para as outras cidades. Eu duvido que os senhores não vão para Camboriú, não vão para Florianópolis, não vão para outras cidades! Lá vocês acham bonito! Aqui vocês acham feio, não é? E aí vão gastar o dinheiro lá, quando não é em Miami ou em outra cidade, em outros países. Aí vocês vão gastar o dinheiro lá! Agora, queremos atrair turistas para esta Cidade, trazer desenvolvimento, cultura, lazer, esporte, mas aqui não pode! Aqui é errado! O que vocês querem aqui é muito mosquito, muita sujeira na orla do Guaíba, é isso que vocês querem! Tenho dito! Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso apresentado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Vereadores e Vereadoras, demais presentes, todos sabem o meu ponto de vista a respeito do Projeto Pontal do Estaleiro: sou favorável! Eu subi a esta tribuna, porque hoje não se vota o Projeto; estamos votando a Diligência. Eu entendo muito de diligência, mas aquela do velho oeste. A diligência do velho oeste onde não havia artimanhas políticas; a coisa era decidida de outra maneira! Aquela diligência! Aquela diligência que chegava com bastante poeira, trazia a sacola do correio e tal. Mas eu digo isso só para descontrair, porque esta Diligência que foi solicitada aqui, ela só foi pedida para “embananar” isso aí tudo, só isso! Todos estão entendendo que o PT, se estivesse no Governo, certamente não teria essa posição a respeito do Pontal do Estaleiro! Não! Porque permitiram levantar quatro torres vizinhas de 23 andares. Por favor, parem com a demagogia de que 50 ou 100 metros vão alterar o panorama na cidade de Porto Alegre!

Eu não cito Miami; cito Dubai! Posso citar Barcelona! Posso citar até Belém, no Pará! Quando eu cito Belém, é pelo atraso lamentável dos nossos irmãos lá de cima, mas lá eles usam a orla! E nós, aqui, não usamos exatamente por esse atravancamento político! Diligência! Por que não veio para a discussão? E que história é essa de o Ver. Guilherme Barbosa dizer: por que a pressa? E eu pergunto: por que a Diligência? Porque se os senhores desconfiam de alguma coisa, por favor, venham aqui e digam: qual é a suspensão da pressa do Projeto?

Eu sou favorável ao Projeto, vou votar favorável ao Projeto, mas gostaria que vocês me dissessem: estão colocando suspeita no Projeto em quê? É possível chegar e dizer por que não foram contra as quatro torres do BarraShoppingSul, de 23 andares? Eu não estou dizendo o Ver. Guilherme Barbosa, estou dizendo a Bancada do Partido dos Trabalhadores. E a palavra leviandade que vieram aqui e reclamaram, mas como que a Casa é leviana? A Câmara Municipal de Porto Alegre, se ela é leviana, ela é feita por seus Vereadores! Da mesma forma que uma Vereadora apareceu hoje, aqui, e denunciou o Prefeito Fogaça e deu o nome de José Fogaça, só faltou falar José Alberto Fogaça e não disse o nome do Vereador que está envolvido! Por quê? Então, é campanha política! Campanha política, abertamente, querem pegar no pé do Prefeito! Como sempre foi, a oposição e a situação, dentro desse nosso contexto político, é exatamente isso aí: “Nós não queremos aquele projeto, porque não estamos lá. Então, vamos atravancar o Projeto”. Ou, como alguém disse aqui: “Vamos embananar o Projeto!”

Esqueçam a Diligência e vamos ao Projeto, vamos à discussão do Projeto aqui no Plenário, e depois vamos votar. Aqueles que não têm mente retrógrada, atrasada, que querem Porto Alegre à frente vão votar a favor do Pontal do Estaleiro. E, se houver alguma suspeição, que digam aqui! E aqueles que não querem o progresso de Porto Alegre, que entendem Porto Alegre como uma cidade só daquele Fórum que já morreu, fórum não-sei-quê, traz o pessoal para cá e não resolve bulhufas, prega uma cidade e nós vemos outra. Não! Coloquem o Projeto em votação e lembrem só da diligência do velho oeste! Vamos aqui conversar para saber quem dos 36 Vereadores, realmente, tem razão, se vai ser aprovado ou não o Projeto; mas deixem de fazer embananamento e de atravancar um Projeto que é para a cidade de Porto Alegre, para resolver o problema não da orla toda, mas, simplesmente de um pontal, local onde a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, o Poder Público, não tem condições financeiras de fazer absolutamente nada. E aí, quando há grupos que querem fazer alguma coisa pela Cidade - claro, em proveito deles também, ninguém faz nada de graça -, nós ficamos aqui com Diligência, leviandade, embananamento e atravancando um Projeto, que é dos melhores, mas o PT, julgando-se o dono absoluto da cocada preta, sente-se no direito de continuar postergando uma votação de um simples Projeto. Como sabem jogar politicamente!

Além de votar a favor deste Projeto, estou pedindo às pessoas para que fiquem alerta, pois, como disse o Ver. Nereu D’Avila, não precisa mais do que dois ou três neurônios para saber que a jogada está armada. Vocês estão fazendo jogada, e eu não sou disso! Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso apresentado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, nobres colegas Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste, venho, como Líder dos Democratas, colocar a nossa posição, que é um comprometimento da nossa coerência. Coerência em defesa da livre iniciativa, coerência nos projetos que nós defendemos neste ano, como foi o projeto do Internacional e outros projetos referentes à nossa orla do Guaíba. Está na hora de Porto Alegre ter a orla do Guaíba em benefício do seu povo; benefício em todos os sentidos. Vejam os senhores que este é um Projeto que vai trazer uma humanização para a orla do Guaíba, e que não vai custar um centavo para os cofres do Município, pois o dinheiro vem dos empresários; vai trazer desenvolvimento, captação de recursos para o Município, emprego para o povo de Porto Alegre, que está necessitando tanto, e, futuramente, arrecadação. As modificações propostas para este Projeto são justamente aquelas que eu sempre defendi, desde o início. Aqueles pólos industriais, aqueles recantos da Cidade, em que aqui é só indústria, aqui é só comércio, aqui é só moradia, está mais do que provado que foi um equívoco, foi uma tentativa válida, mas foi um equívoco. O Centro da Cidade está abandonado, porque diz-se que o Centro não é mais para moradores, é apenas para comércio e sei lá para o que mais. E ali justamente há uma simbiose, uma simbiose comercial, uma simbiose turística e uma simbiose de moradia, tão necessária para Porto Alegre. Então, eu estou trazendo a nossa posição, coerente: votaremos contra a Diligência, porque isso é perda de tempo, é apenas uma manobra legítima de oposição ao Projeto neste momento.

Quero, também, lembrar os senhores, a livre iniciativa, os empresários, que tempo também é dinheiro, tempo é despesa, tempo é necessidade de mais investimentos, e nós não podemos perder essa oportunidade para a Cidade de desenvolvimento nacional, de livre iniciativa, uma coisa aberta, transparente, que nós vamos discutir depois, quando da aprovação ou não do Projeto em si. Os democratas e seu Líder são a favor do Projeto, mas estão, neste momento, votando contra a Diligência. Muito obrigado, senhores.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso apresentado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste; eu não poderia deixar de dar a minha opinião sobre este Projeto tão importante para a cidade de Porto Alegre. Nós temos, sim, que preservar a natureza, preservar a orla do Guaíba, porém não podemos, de forma nenhuma, impedir que o desenvolvimento venha para a nossa Cidade. Um Projeto dessa envergadura, Sr. Presidente, é tudo aquilo que o povo porto-alegrense espera que nós, os Vereadores desta Casa, venhamos a apoiar para que essa obra aconteça, para que Porto Alegre não continue de costas para o Guaíba. Eu quero dizer que sou favorável a este Projeto, vou votar favoravelmente, com a consciência tranqüila, sabendo que eu estou fazendo o melhor para a cidade de Porto Alegre.

Ver. Dr. Goulart, se nós tivéssemos um Prefeito, neste momento, do Partido dos Trabalhadores, tenho a certeza absoluta de que ele gostaria que esse Projeto fosse votado na gestão do Prefeito do Partido dos Trabalhadores. Afirmo que este Projeto será votado e aprovado, sim, na gestão do Prefeito Fogaça! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, alguns esclarecimentos antes de entrarmos no procedimento de votação: o primeiro é que nós não estamos votando o Projeto, estamos votando o Recurso; em segundo lugar, nós não estamos votando o Parecer da Comissão de Justiça, nós estamos votando o Recurso. Portanto, aqueles que votarem “sim”, dão provimento ao Recurso e o Processo baixa em Diligência. Os que votarem “não”, negam o Recurso e o Processo não vai para Diligência. Perfeitamente entendido, Srs. Vereadores?

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Nereu D'Avila e outros, o Recurso apresentado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores. (Pausa.) (Após a apuração nominal) REJEITADO por 10 votos SIM e 19 votos NÃO.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, eu não tenho condições de retirar o termo “leviano”, porque não é uma ofensa, é uma crítica política. A minha avaliação é de que, mudar uma regra depois do jogo jogado, como acontece agora, a Câmara mudar a regra de uma venda feita na atual Lei, beneficiando o ganhador do certame, é leviano. E eu sustento a crítica política que fiz aos Vereadores que assim votam.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, foi utilizado o tempo de Liderança do Governo, e este Vereador se preocupa, pois o Governo não tem uma posição sobre este Projeto. Eu queria ressaltar isso; acho importante, porque este Vereador tem uma posição, mas não utilizaria o tempo de Liderança, pelo Governo, para firmar uma posição que não é a posição do Governo.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, para um registro: eu acredito que a fala do Ver. Nereu D'Avila foi um elogio para atuação desta Presidenta, que acolheu a todos os segmentos da Cidade dentro desta Casa, para visitas de fiscalizações, para observações pela cidade, para o grande diálogo com todos os segmentos desta Cidade. Eu sinto, na fala do Ver. Nereu D'Avila, um grande elogio à atuação desta presidência. Muito obrigada.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, a Verª Maria Celeste fez uso da palavra hoje logo no começo dos nossos trabalhos e fez uma denúncia contra o Prefeito José Fogaça e contra um Vereador desta Casa. Como ela disse que era da parte da situação e nós somos mais de 20 pessoas, eu gostaria muito de saber quem é o Vereador, já que muitas pessoas começaram a ligar para mim - não duvidando de mim -, mas querendo saber quem é esse Vereador. Já que se ela citou o Prefeito, poderia ter facilitado e ter realmente dito quem é.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, a Verª Sofia Cavedon chamou esta Casa de leviana. Eu solicito que V. Exª tome providências quanto a isso, porque ela chamou a Casa, esta Câmara, e incluiu todos os Vereadores, inclusive a ela própria.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Com os registros devidamente feitos, uma questão de esclarecimento ao nobre e querido amigo Ver. Professor Garcia: em muitas ocasiões, eu presto a atenção nos Srs. Vereadores, a Bancada de oposição solicita o tempo de Liderança, pela oposição. Nem sempre é a líder do PT que solicita; e eu concedo. O Ver. Dr. Goulart pertence à base do Governo, e quando ele solicitou ao Presidente, eu subentendi que havia uma combinação. Só para esclarecer o procedimento da presidência.

Em votação o Requerimento s/nº, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que requer renovação de votação do PLCL nº 003/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com voto contrário do Ver. Haroldo de Souza.

Solicito a presença das lideranças junto à Mesa Diretora.

 

O SR. DR. GOULART (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito a abertura do painel eletrônico para a verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Dr. Goulart. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Há quórum.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2482/08 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 026/08, de autoria da Verª Maristela Maffei, que concede o Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre ao Senhor Erminio Vivian.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 25-08-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o Projeto de Resolução nº 026/08, de autoria da Verª Maristela Maffei, que concede o Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre ao Senhor Erminio Vivian. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2644/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 095/08, de autoria da Verª Margarete Moraes, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Liana Mahfuz Timm.

                         

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Almerindo Filho: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 27-08-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 095/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal o PLL nº 095/08, de autoria da Verª Margarete Moraes, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Liana Mahfuz Timm. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 25 votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2519/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 088/08, de autoria do Ver. Ervino Besson, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Vergilio Frederico Perius.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 27-08-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 088/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal o PLL nº 088/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 24 votos SIM.

Srs. Vereadores, peço sua atenção, porque há vários Requerimentos aqui, sobre o Requerimento da Verª Maria Celeste. A Verª Maria Celeste encaminha à Presidência da Casa um Ofício com o seguinte teor (Lê.): “Sr. Presidente, encaminhamos a V. Exª e à Mesa Diretora desta Casa Legislativa cópia de Boletim de Ocorrência e fotos referentes aos fatos ocorridos na última sexta-feira, dia 29 de agosto, na Vila Jardim, e por mim narrados na Sessão Plenária de hoje. Tais fatos implicando veículo a serviço do órgão público municipal e constrangimento a moradores da referida comunidade são graves e devem ser acompanhados e apurados por esta Câmara. Assim sendo, no aguardo de sua pronta autuação, subscrevo-me atenciosamente, Verª Maria Celeste”.

A Presidência, de pronto, determina autuação. Solicito que a nossa douta Procuradoria faça uma manifestação prévia sobre a matéria e socializo a informação do Boletim de Ocorrência, tendo em vista que aqui, no Boletim de Ocorrência, consta, sim, o nome de um colega Vereador. Portanto, para os Vereadores que tiverem interesse, está socializada a informação. Porém, não vou fazer a leitura em Plenário.

Tendo cumprido rigorosamente a agenda de hoje, agradeço aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras, e estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h24min.)

 

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